quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Guerra de Independência de Israel - 3ª série (Millenium)

O Estado de Israel está no território da Palestina histórica (antiga Canaã - Terra Prometida do povo hebreu). Essa região, disputada por muitos impérios, assistiu à perseguição dos romanos ao povo judeu, que por ser monoteísta, recusava reconhecer traços divinos no Imperador de Roma. Expulsos da Palestina, no ano de 70 d.C, os judeus se dispersaram pelo mundo, mas mantiveram seus laços culturais e históricos.
No século XIX, iniciou-se um movimento internacional de criação de um Estado para o povo judeu - disperso pelo mundo - o movimento sionista. Através desse movimento, e com o financiamento de organizações judaicas, inúmeros fluxos migratórios foram em direção à Palestina (“retorno à Pátria”).
Durante a Primeira Guerra (1914 - 1918), a Palestina, até então controlada pelo Império Turco-Otomano, passa ao controle britânico. Antes mesmo de acabar o conflito mundial, em 1917, o secretário dos Negócios Estrangeiros de Londres, Lord Balfour, proclama a sua declaração - anuncia a intenção de criar um “lar nacional” para o povo judeu na Palestina, já que, em 1914, cerca de cem mil judeus imigrados, trabalhavam em colônias agrícolas na região.
Porém, somente após a Segunda Guerra (1939-1945), com o declínio inglês somado à indignação internacional frente aos horrores sofridos pelos judeus na Alemanha nazista, a Declaração de Balfour foi reestudada.
Em 1947, com os votos soviéticos e norte-americanos, a ONU aprova a partilha da Palestina: um Estado com o nome de Palestina, com onze mil e quinhentos quilômetros, dividido em dois: para os árabes palestinos (cerca de um milhão); e outro com o nome de Israel, com catorze mil quilômetros, para os judeus (cerca de setecentos mil).




Apesar de aprovado, o mapa da partilha nunca foi concretizado. Quando os ingleses, até então controladores da terra, foram embora (1948), como previa o acordo, no lugar da configuração da partilha, explode a primeira guerra árabe-israelense, que ficou conhecida como Guerra de Independência de Israel (1948-1949).
Essa guerra opôs os países árabes vizinhos da Palestina (Liga Árabe) - Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Síria - descontentes com a criação, pela ONU, de um Estado completamente diferente da cultura árabe, bem no meio do Oriente Médio, e o Estado de Israel.
Os únicos que saíram perdendo com a guerra foram os palestinos, que perderam completamente o território para Israel (as milícias israelenses aumentaram 50% o território concedido ao povo judeu, com a total ocupação da Galiléia - norte) e para os árabes vizinhos (a Jordânia ocupou a Cisjordânia - lado ocidental do Rio Jordão - e o Egito ocupou a Faixa de Gaza).
Quando, em 1947, a ONU aprovou a partilha da Palestina, a cidade de Jerusalém, localizada no interior da Cisjordânia, sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, ficaria como patrimônio internacional. Com o conflito de 1948-1949, a cidade foi dividida: a parte oriental ficou sob administração jordaniana e a parte ocidental sob administração israelense.

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