sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Industrialização

A indústria tem a finalidade de transformar matérias primas em vários tipos de produtos. As indústrias são muito importantes para o desenvolvimento do país. Um país desenvolvido tem um setor industrial muito grande, pois geralmente abrange o país inteiro e até outros países.

Fases das indústrias

1ª Revolução Industrial = Carvão mineral
2ª Revolução Industrial = Petróleo
3ª Revolução Industrial = Informática

Implantação de uma Indústria

Infraestrutura necessária:

- matéria prima
- mão-de-obra
- capital
- localização
- água
- energia
- Mercado consumidor
- Transportes

Classificação das Indústrias

* Indústria Pesada/transformação
Ex: Transforma minérios de ferro e manganês em aço.

* Indústria Intermediária
Fabrica peças para outras indústrias.

* Indústria de bens de consumo
Durável = os produtos tem uma durabilidade razoável.
ex: automobilística, moveleira, siderúrgica, metalúrgica, etc.
Não Durável = os produtos não tem uma durabilidade muito grande.
ex: alimentícia, bebidas, farmacêutica, vestuário

A Educação e a Inversão de Valores

Autor: Marcelo Luís

Foi-se o tempo em que a escola apenas cuidava dos saberes acadêmicos... Foi-se o tempo que a maior preocupação de todo educador era se o seu aluno estava aprendendo... Foi-se o tempo que cada segmento da sociedade dava conta (ou pelo menos tentava) de suas responsabilidades.... Foi-se o tempo...

Hoje, essas responsabilidades foram delegadas unilateralmente à instituição escolar. A princípio, essas competências delegadas estavam alicerçadas na competência histórica da escola que, de um modo ou de outro, sempre dava conta de seu papel dentro da sociedade, por vezes um tanto distorcido pelas políticas temporais e, por vezes, acertado pelas ações de nossos educadores. Mas com o tempo isso passou a ser um processo “osmótico”, algo como “passa a bola para escola que ela resolve”.

Hoje a escola, além de seu papel educacional (gerenciadora da construção do conhecimento do aluno), abraçou o social, o judicial, o psicológico, o terapêutico-familiar, não mais como uma parceira dos vários segmentos da sociedade, mas sim, atuando em seu lugar, muitas vezes.

Todas as mazelas sociais, frutos das políticas hipócritas e desastrosas (em todas as áreas), têm na escola o fármaco ideal. A escola se tornou a porta de entrada de um número incontável de programas sociais (como o bolsa família) e passou a ser a “tutora” de menores que cometeram atos infracionais e que estão cumprindo medidas socioeducativas.

Sob o enfoque das benesses sociais, a escola não pode se tornar prisioneira de uma política assistencialista, que não enxerga a escola como um processo, mas sim e simplesmente, como um meio. O simples fato de associar a matrícula e a frequência escolar como o “start” ao programa social banaliza a importância educacional da escola, pois um grande número de famílias que são beneficiadas pela “bolsa família” só procuram a escola quando ocorre um problema no recebimento do benefício. Não há, em momento algum, um direcionamento pedagógico, um mecanismo de construção da consciência cidadã.

Já na questão de “tutora” de menores infratores, a escola transita entre o utópico e o real. O utópico, pelo fato de se pensar que os órgãos das áreas competentes (área judicial, social e médica) irão dar suporte à escola para gerenciar os efeitos dessa inclusão no cotidiano escolar, pois a realidade tem mostrado que os segmentos da sociedade que deveriam dar suporte à ação educativa da escola, simplesmente lavam as mãos e se esquecem da “parceria”, daquilo que lhes compete. O real, pois a escola está sozinha nessa caminhada. O que se observa é a ingerência desses “órgãos competentes” no cotidiano escolar é de transferir as suas responsabilidades aos gestores escolares.

Se todos os segmentos da sociedade, incluindo-se aqui os Poderes Públicos e Privados, dessem conta de suas responsabilidades sem delegar, muitas vezes sem a querência da instituição escolar, ela (Escola) poderia concentrar todas as suas ações, entre elas as Parcerias, nas questões estritamente pedagógicas e, naturalmente, sem que fosse algo imposto pelas inversões de valores ocasionados pelo fluxo social esmagador. A escola poderia, de fato, ser uma grande parceira nas ações sociais e preventivas.

Quando será que a Educação no Brasil deixará de ser apenas plataforma de campanhas políticas hipócritas?

Fonte http://www.planetaeducacao.com.br/portal/artigo.asp?artigo=1776

A INDUSTRIALIZAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL

As origens do processo de industrialização remontam ao século XVlll, quando na sua segunda metade, emergem na Inglaterra, grande potência daquele período, uma série de transformações de ordem econômica, política, social e técnica, que convencionou-se chamar de Revolução Industrial.

Hoje esse processo já é conhecido como 1ª Revolução Industrial, pois nos séculos XlX, e no XX, novas transformações geraram a emergência das 2ª e 3ª Revoluções Industriais.

As transformações de ordem espacial a partir da indústria foram enormes, podemos citar como exemplo as próprias mudanças ocorridas na Inglaterra do século XlX, onde a indústria associada a modernização do campo, gerou a expulsam de milhares de camponeses em direção das cidades, o que gerou a constituição de cidades industriais que nesse mesmo século ficaram conhecidas como cidades negras, em decorrência da poluição atmosférica gerada pelas indústrias. Além disso, ocorreu uma grande mudança nas relações sociais, as classes sociais do capitalismo ficaram mais claras, de um lado os donos dos meios de produção ( burguesia), que objetivavam em primeiro lugar lucros cada vez maiores, através da exploração da mão de obra dos trabalhadores que ganhavam salários miseráveis, e trabalhavam em condições precárias, esses por sua vez constituindo o chamado proletariado, (classe que vende sua força de trabalho em troca de um salário), que só vieram conseguir melhorias a partir do século XX, e isso fruto de muitas lutas, através de greves que forçaram os patrões e Estados a concederem benefícios a essa camada da sociedade.

O avanço da indústria, especialmente a partir do século XlX, deu-se em direção de outros países europeus como a França, a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Itália, e de países fora da Europa, como os EUA na América e o Japão na Ásia, a grosso modo esses países viriam a ser no século vindouro, as potências que iriam dominar o mundo, em especial os EUA, que hoje sem sombra de dúvidas são a maior potência não apenas econômica, industrial, mas também militar do planeta.

A partir do século XX, especialmente após a 2ª Guerra Mundial, países do chamado terceiro mundo, também passaram por processos de industrialização, como é o caso do Brasil. Nesses países foi muito marcante a presença do Estado nacional no processo de industrialização, e das empresas multinacionais (empresas estrangeiras), que impulsionaram esse processo, e fizeram que alguns países da periferia do mundo hoje sejam potências industriais. Só que diferentemente do que ocorreu nos países do mundo desenvolvido, a industrialização não resultou necessariamente na melhoria de vida das populações, ou no desenvolvimento do país, pois esse processo nos países subdesenvolvidos se deu de forma dependente de capitais internacionais, o que gerou um aprofundamento da dependência externa, como o que é expresso através das dívidas externas, além do que, as indústrias que para cá vieram por já serem relativamente modernas não geraram o número de empregos necessários para absorver a mão de obra cada vez mais numerosa que vinha do campo para as cidades, isso fez com que ocorresse um processo de metropolização acelerado, que não foi acompanhado de implantação de infra- estrutura e da geração de empregos, o que gerou um dos maiores problemas dos países subdesenvolvidos hoje o inchaço das grandes cidades, com os problemas decorrentes do mesmo.

A INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

Pensar na origem da indústria no Brasil, tem que se incluir necessariamente, a economia cafeeira desenvolvida no pais durante o século XlX e boa parte do XX, pois ela foi quem deu as bases para o surgimento da indústria no país, que começou a ocorrer ainda na Segunda metade do século XlX. Dentre as contribuições da economia cafeeira para a industrialização, podemos mencionar:

a) Acumulação de capital necessário para o processo;

b) Criação de infra-estrutura;

c) Formação de mercado de consumo;

d) Mão de obra utilizada, especialmente os migrantes europeus não portugueses, como os italianos.

No início do século XX, a industrialização brasileira ainda era incipiente, era mais vantajoso investir no café, por exemplo, do que na indústria. Com a crise de 1929, o rumo da economia brasileira muda. Com a subida ao poder de Vargas, emerge o pensamento urbano industrial, na chamada era Vargas, o processo de industrialização é impulsionado, com base nas políticas de caráter keynesiano. O intervencionismo estatal na economia é cada vez maior, criam-se empresas estatais como CVRD, Petrobrás, Eletrobrás, etc., com o objetivo de industrializar o país.

No governo de JK, se dá a abertura ao capital internacional, representado pelas empresas multinacionais e pelos enormes empréstimos para o estabelecimento de infra estrutura e de grandes obras como a construção da capital federal no centro do país, no planalto central, Brasília.

Durante a ditadura militar, o Plano de metas de JK é continuado, grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a tornar-se a oitava do mundo. Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce, essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do petróleo, que se dá a partir de 1973.

A grande contradição desse crescimento se deve ao fato que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento externo, e por outro através de grande repressão ( vide o AI 5), e arrocho salarial , sobre a classe trabalhadora brasileira, confirmando a tendência de Modernização conservadora da economia nacional.

A partir da década de 90, e da emergência das idéias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos.

Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das indústrias no país, pois desde o início da industrialização, a tendência foi de concentração espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso fez com que esse estado se torna-se o grande centro da economia nacional e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica atualmente é que a tendência mundial atual de desconcentração industrial também tem se abalado sobre o Brasil, pois localidades do interior de São Paulo, do Sul do país e até mesmo estados nordestinos começam a receber plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem sombra de dúvidas para a capital paulista. Esse processo se deve em especial a globalização da economia que tem acirrado a competição entre as empresas, que com isso buscam a redução dos custos de produção buscando produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso brasileiro, é que ele não tem enfraquecido o papel de São Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas pelo contrário fortalece, pois o que se desconcentra é a produção e não a decisão.

CLASSIFICAÇÃO DAS INDÚSTRIAS

As indústrias podem ser classificadas com bases em vários critérios, em geral o mais utilizado é o que leva em consideração o tipo e destino do bem produzido:

a) Indústrias de base: são aquelas que produzem bens que dão a base para o funcionamento de outras indústrias, ou seja, as chamadas matérias primas industrias ou insumos industriais, como o aço.

b) Indústrias de bens de capital ou intermediárias: são aquelas que produzem equipamentos necessários para o funcionamento de outras indústrias, como as de máquinas.

c) Indústrias de bens de consumo: são aquelas que produzem bens para o consumidor final, a população comum, elas subdividem-se em:

c.1) Bens duráveis: as que produzem bens para consumo a longo prazo, como automóveis.

c.2) Bens não duráveis: as que produzem bens para consumo em geral imediato, como as de alimentos.

Se levarmos em consideração outros critérios como por exemplo:

1-Maneira de produzir:

a) Indústrias extrativas;

b) Indústrias de processamento ou beneficiamento;

c) Indústria de construção;

d) Indústria de transformação ou manufatureira.

2-Quantidade de matéria prima e energia utilizadas:

a) Indústrias leves;

b) Indústrias pesadas.

3-Tecnologia empregada:

a) Indústrias tradicionais;

b) Indústrias dinâmicas.

OS FATORES LOCACIONAIS

Fatores locacionais devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria.

Podem ser eles:

- Matéria prima abundante e barata;

- Mão de obra abundante e barata;

- Energia abundante e barata;

- Mercados consumidores;

- Infra estrutura;

- Vias de transporte e comunicações;

- Incentivos fiscais;

- Legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas.

Durante a 1ª Revolução industrial as indústrias inglesas se concentraram nas proximidades das bacias carboníferas, o que fez com que ali surgissem importantes cidades industriais, que ganharam o apelido de cidades negras, isso se deu em decorrência do pequeno desenvolvimento em especial dos meios de transporte. Na 2ª Revolução Industrial do final do século XlX, com o desenvolvimento de novos meios de transporte ( ferrovia) e a utilização de novas fontes de energia ( eletricidade, petróleo, etc.) houve uma maior liberdade na implantação de indústrias que fez com que surgissem novas áreas industriais.

No século XX as metrópoles urbano industriais passaram a concentrar as maiores e mais importantes indústrias, o que as tornou o centro da economia de vários países do planeta, como é o caso da região metropolitana de São Paulo no Brasil, ou do Manufacturing Belt nos EUA. Atualmente a tendência é a da desconcentração industrial, onde as indústrias buscam novos locais onde os custos de produção sejam menores, como ocorre com o chamado Sun Belt nos EUA, ou na relocalização produtiva que estamos verificando no Brasil, isso gera uma mudança significativa dos fluxos migratórios, cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, deixam de ser as maiores captadoras de pessoas, cedendo esse posto para cidades do interior de São Paulo dentre outras localidades.

A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL

Na década de 1970, a crise do petróleo fez com que emergisse para o mundo algo que já vinha sendo gerado no decorrer do século XX, a 3ª Revolução Industrial, também chamada de Revolução tecnocientífica informacional.

Esta por sua vez correspondia aos avanços tecnológicos em especial da informação e dos transportes, representado por invenções como por exemplo Internet, e os aviões supersônicos. Os avanços nesses setores tornaram o mundo menor, encurtaram as distâncias e em alguns casos aniquilaram o espaço em relação ao tempo, como o que vemos com a telefonia, dentre tantos outros exemplos.

Tudo isso gerou e tem gerado transformações colossais no espaço geográfico mundial, as indústrias buscam a inovação, investem em novas tecnologias, em especial naquelas que poupem mão de obra como a robótica, o desemprego estrutural se expande. Antigas regiões industriais entram em decadência com o processo de desconcentração industrial, surgem novas regiões industriais. Surge a fábrica global, que se constitui na estratégia utilizada pelas grandes empresas internacionais de produzir se utilizando das vantagens comparativas que oferecem os variados países do mundo. A terceirização, também torna-se algo comum, como o que ocorre com empresas de calçados como a NIKE, que não tem um único operário em linhas de produção, pois não produz apenas compra de empresas menores.

Fruto também da revolução tecnocientífica informacional, surgem os chamados Técnopolos, locais, que podem ser cidades ou até mesmo bairros onde se instalam empresas de alta tecnologia como uma Microsoft, em geral associadas a instituições de pesquisa como universidades. É o caso do Vale do Silício nos EUA, Tsukuba no Japão, e cidades como Campinas e São Carlos no Brasil.

AS MULTINACIONAIS OU TRANSNACIONAIS

A partir do final do século XlX, começam a surgir os primeiros trustes (modalidade de concentração e centralização do capital), os quais dão origem a empresas multinacionais, que correspondem aquelas que se expandem para além das fronteiras onde surgiram, algumas tornando-se verdadeiras empresas globais, como é o caso da Coca-cola.

A grande arrancada das multinacionais em direção dos países subdesenvolvidos se deu a partir do pós 2ª Guerra mundial, quando várias empresas dos EUA, Europa e Japão, passaram a se aproveitar das vantagens locacionais oferecidas por esses países.

Hoje a presença de multinacionais já faz parte do cotidiano de milhões de pessoas no mundo todo, elas comandam os fluxos internacionais, e em alguns casos chegam a administrar receitas muito superiores a de vários países do mundo.

As maiores multinacionais do mundo são dos EUA, seguidas de japonesas e européias. Empresas desse tipo surgidas em países do mundo subdesenvolvido ainda são poucas, e não tão poderosas como dos primeiros.

No Brasil, a chegada delas se deu, principalmente a partir do governo de JK, que abriu a economia nacional ao capital internacional proporcionando grande internacionalização da economia, por outro lado também beneficiou multinacionais como por exemplo na opção pela via rodoviarista de transportes para o Brasil, que naquele momento atraiu várias multinacionais produtoras de automóveis, mas que condenou os brasileiros a pagarem os custos mais elevados desse tipo de transporte.

Hoje a presença delas no Brasil é muito intensa e numerosa, elas sendo responsáveis por grande parte da drenagem de capitais que saem do país através das remessas de lucros.

MODELOS PRODUTIVOS

( Da Segunda revolução industrial à revolução Técnico-científica).

TAYLORISMO

- Separação do trabalho por tarefas e níveis hierárquicos.

- Racionalização da produção.

- Controle do tempo.

- Estabelecimento de níveis mínimos de produtividade.

FORDISMO

- Produção e consumo em massa.

- Extrema especialização do trabalho.

- Rígida padronização da produção.

- Linha de montagem.

PÓS-FORDISMO (TOYOTISMO - Sistêmico-flexível)

- Estratégias de produção e consumo em escala planetária.

- Valorização da pesquisa científica.

- Desenvolvimento de novas tecnologias.

- Flexibilização dos contratos de trabalho.

domingo, 22 de agosto de 2010

Curiosidades sobre previsão do tempo pelo senso comum - 6º ano

Sapo coachando, Sol chegando.
Osso quebrado doendo, sinal de mau tempo.
Andorinha voando baixo: mau tempo e Andorinha voando alto: bom tempo.
Cigarras cantando indicam bom tempo
Nuvens baixas e escuras são chuvas certas e seguras

domingo, 15 de agosto de 2010

POPULAÇÃO - OLIMPÍADA DA GEOGRAFIA

AS PRINCIPAIS TEORIAS POPULACIONAIS

• Malthusianismo – para Thomas Malthus (século XVIII), problemas sociais como a fome teriam como causa o desequilíbrio entre o crescimento populacional e a produção de recursos. Segundo essa teoria a população cresceria em PG, enquanto a produção de alimentos cresceria em PA. Malthus chegou a defender medidas como a “abstinência sexual” para evitar o crescimento populacional.
• Neomalthusianismo – as idéias de Malthus tiveram grande influência e seus estudos foram retomados em meados do século XX, através do neomalthusianismo, quando se constatou um acelerado crescimento populacional nos países subdesenvolvidos, o que foi considerado principal causa dos problemas sociais. A explosão demográfica (exagerado crescimento da população) seria um entrave para o desenvolvimento social e econômico, sendo responsável pela miséria, desemprego, fome e degradação ambiental. O neomalthusianismo inspirou a criação de métodos radicais de controle da natalidade nos países pobres.
• Crítica – formularam-se muitas críticas às teorias malthusianas e neomalthusianas. Sabe-se hoje que os investimentos em saúde, alimentação e educação fazem com que os índices de crescimento da população diminuam e se estabilizem, gerando melhora na qualidade de vida. Na verdade, as desigualdades sociais geram a pobreza e a ignorância que, por sua vez, estimulam o acelerado crescimento demográfico. Portanto, a principal medida não deveria ser o controle radical da natalidade, mas sim o combate à pobreza.

A ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO

Denominamos estrutura etária à distribuição da população por faixas de idades. São classificados como jovens aqueles entre 0 e 19 anos; os adultos estão entre 20 e 59 anos e os idosos são a pareceria da população acima dos 60 anos de idade.

Em países desenvolvidos, como a França, por exemplo, a taxa de natalidade é baixa e as pessoas vivem mais, isto é, a expectativa de vida é maior. Neles, o percentual de jovens é bastante inferior ao de adultos e os idosos representam um percentual razoável de população, estando quase na mesma proporção que os jovens. Em alguns países desenvolvidos, ocorre o problema do envelhecimento populacional. Geralmente os gastos do governo com aposentadorias tendem a crescer e o valor das contribuições financeiras dos adultos também.

Já nos países subdesenvolvidos mais pobres, como os africanos, devido às maiores taxas de natalidade, a participação dos jovens é maior, enquanto os idosos estão em menor proporção, devido à menor expectativa de vida.

Características da pirâmide dos países desenvolvidos:
• a base estreita indica menor número de jovens, devido à baixa taxa de natalidade ebaixo crescimento populacional;
• predominância de adultos;
• grande percentual de idosos, devido à elevada expectativa de vida;

Características da pirâmide dos países subdesenvolvidos;
• a base larga indica a predominância de jovens, devido à elevada taxa de natalidade e ao elevado crescimento populacional;
• o percentual de adultos é inferior ao de jovens;
• o pequeno percentual de idosos indica baixa expectativa de vida.

A pirâmide etária brasileira deixou de assemelhar-se à dos países subdesenvolvidos mais pobres, caminhando no sentido de assemelhar-se à dos países desenvolvidos, isso porque houve uma queda na taxa de natalidade e a proporção de crianças e adolescentes foi ultrapassada pela de adultos, que já representam mais de 50% dos habitantes do país. Os idosos brasileiros também estão vivendo mais, compondo cerca de 10% da população. A tendência para o século XXI é de uma redução cada vez maior na proporção de jovens, aumentando o percentual de adultos e idosos.

A PEA distribui-se pelos diferentes setores da atividade econômica, sendo que a predominância de um ou outro permite caracterizar o nível de desenvolvimento do país.
• Primário – atividades realizadas em áreas rurais: agricultura, pecuária, silvicultura (reflorestamento com finalidade comercial).
• Secundário – atividades realizadas principalmente em áreas urbanas: indústrias dos mais diversos tipos.
• Terciário – atividades tipicamente urbanas: comércio, prestação de serviços, administração pública e privada, atividades sociais, transportes, comunicações, entre outras atividades.

Nos países subdesenvolvidos mais pobres do mundo, a maior parte da população ainda trabalha no setor primário. Na Tanzânia (leste da África), por exemplo, 48% da economia é dependente da agropecuária. Na China e na Índia, os países mais populosos do mundo, mais de 60% da população é rural, apesar da acelerada industrialização e urbanização verificada em ambos; a maior parte da agropecuária não está modernizada e necessita de grande quantidade de trabalhadores.

O Brasil apresenta baixos níveis salariais e salário mínimo entre os menores da América Latina. A participação dos salários no PIB é de apenas 37%. Cerca de 24% das pessoas ocupadas ganham até um salário mínimo. Apenas 1,6% ganha acima de 20 salários mínimos.

A precarização das condições de trabalho a partir da década de 1990, com o aumento do trabalho informal (a maior parte dos trabalhadores não possui carteira de trabalho assinada) e flexibilização da legislação trabalhista (perda de direitos dos trabalhadores e disseminação das contrações temporárias).

Observa-se o crescimento do subemprego nas áreas urbanas, a exemplo do grande número de camelôs, flanelinhas e perueiros.

Outro problema grave é a ocorrência de trabalho semiescravo na zona rural. Geralmente ocorre a escravidão por dívidas e as regiões de maior incidência são o Centro-Oeste e a Amazônia, especialmente o sul do Pará.

ACIDENTES GEOGRÁFICOS - OLIMPÍADA DA GEOGRAFIA


• Barra: saída para o mar aberto.
• Baía ou Golfo: Reentrância da costa. Possuem a mesma configuração. O que muda é a escala ou a dimensão, sendo o golfo maior.
• Ponta ou Cabo: Parte saliente da costa, de regular altitude, que avança em direção ao mar.
• Península: Ponta de terra emersa, cercada de água e ligada ao continente por um istmo.
• Enseada: Praia com aspecto côncavo e forma de arco.
• Praia: Presente em planícies costeira, geralmente coberta de areia. É a zona de contato entre a terra e a água dos mares, rios ou lagos, formada por acúmulo de areia, inclusive seixos.
• Falésias: são paredões íngremes. As costas altas terminadas abruptamente no mar.
• Restingas: faixa de terra estreita, como uma língua ou uma flecha, que avança para o mar.

TRABALHO ESCRAVO. É HORA DE ABOLIR! - OLIMPÍADA DA GEOGRAFIA

É um grande absurdo ainda convivermos com o trabalho escravo, que é desumano e fere a Constituição, porque é um trabalho degradante e que cerceia a liberdade. Vale salientar que a antiga escravidão tinha como peculiaridade a relevância das diferenças étnicas. Atualmente o indivíduo, a despeito de cor ou raça, pode se tornar escravo, levando-se em conta somente o seu nível econômico.
A escravidão não se configuraria sem a relação de submissão empregado/empregador. Sendo o escravismo a prática social em que um ser humano tem direitos de propriedade sobre o outro – condição imposta por meio da força -, não era crime nenhum na época do colonialismo, a prática de violência, coerção física, punições exemplares e assassinatos com algo que era tido como uma mercadoria, um bem. A cultura do europeu, seu modelo de civilização, seu ideário também foram importantes para que o escravo fosse considerado inferior, o que durante muito tempo justificou a escravidão de africanos e indígenas. Ainda hoje a relação de dependência e submissão existe para que a vontade do poder em vigor seja assegurada, e as formas de preservar a ordem no trabalho escravo ainda são as mesmas praticadas há séculos.
Hoje persistem situações que mantêm o trabalhador sem possibilidades de se desligar de seus patrões. Há fazendeiros que, para realizarem derrubadas de matas nativas para formação de pastos, produzir carvão para a indústria siderúrgica, preparar o solo para plantio de sementes, entre outras atividades agropecuárias e extrativas, contratam mão-de-obra utilizando os famigerados gatos. O Tocantins e a região Nordeste, tendo à frente os estados do Maranhão e do Piauí, são fornecedores de trabalhadores, enquanto o destino principal é a região de expansão agrícola, onde a floresta amazônica tomba diariamente para dar lugar a pastos e plantações. Os estados do Pará e Mato Grosso são os campeões em resgates de trabalhadores, entretanto há trabalho escravo em todas as regiões do Brasil, até mesmo em São Paulo.
As fazendas estão distantes de comércios e acabam contraindo dívidas nos barracões do fazendeiro. Se o trabalhador pensar em ir embora, será impedido sob a alegação de que está endividado e de que não poderá sair enquanto não pagar o que deve. Se reclamarem podem ser surrados ou até perder a vida.Este é o escravo contempirâneo.

O Índígena - Olimpíada de Geografia

A classificação como indígenas foi imposta pelos colonizadores, que se consideravam superiores, no processo de conquista da terra e daí o extermínio dessas populações. Embora falem línguas diferentes e cultivem hábitos diversos, hoje não lhes resta alternativa senão se identificarem como indígenas, firmar características comuns e as diferenças que os separam dos “civilizados.” Esse reconhecimento mútuo é a única forma de se unirem e agirem como uma “minoria étnica” no conjunto do país, reivindicando certos direitos.
O número atual de indígenas no Brasil situa-se por volta de 320 mil. À maior parte está concentrada na Amazônia, embora existam no Nordeste e no Centro-Sul. Comparando-se o número de indígenas no território brasileiro à época do “descobrimento” e hoje, observa-se uma enorme diminuição populacional, um verdadeiro extermínio. A ocupação da terra foi feita à custa das sociedades indígenas que nelas habitavam que foram sendo expulsas ou dizimadas no decorrer dos últimos séculos.
Os principais fatores de extinção dos grupos indígenas são a morte em conflito com os “civilizados” e, sobretudo, os óbitos provocados por doenças até então desconhecidas por eles.

O significado de etnocídio

As nações indígenas vêm sendo exterminadas desde a colonização do continente americano pelos europeus; inúmeras sociedades pré-colombianas já desapareceram completamente.
América do Norte esse processo de ocupação da terra pela chamada civilização ocidental, e o conseqüente extermínio dos ameríndios, já chegou ao fim: praticamente não existem mais áreas “virgens” ou ainda não ocupadas, e a população indígena que ainda resta está integrada ou confinada nas reservas.
Na América do Sul, por sua vez, ainda existem áreas a ser exploradas na Amazônia, restando alguns grupos indígenas que não foram integrados ou exterminados.
Há alguns anos, criou-se até um termo novo – etnocídio – para designar esse processo de extermínio que ocorre com os indígenas na América do Sul. Na verdade refere-se não apenas à destruição cultural mas também à destruição física.
O grande problema do índio no Brasil é a terra. Os índios foram perdendo suas terras ao longo do tempo. Em 1973 o governo brasileiro criou o Estatuto do Índio e se comprometeu a demarcar todas as terras indígenas do país num prazo de cinco anos. Os anos se passaram e pouco foi feito.
Os indígenas enfrentam vários invasores de suas terras: as madeireiras, os fazendeiros, os camponeses e garimpeiros. Os índios reagem e tentam expulsar os invasores, o que dá origem a matanças de ambos os lados.
Há uma contradição no Estatuto do índio, pois objetiva duas coisas opostas: uma, integrar o índio na sociedade brasileira, o que significa transformá-lo em “cidadão” e fazê-lo aprender o português e o trabalho para a economia nacional; outra, preservar seus costumes, sua cultura, sua identidade étnica. Fazer uma das duas implica negar a outra.

domingo, 1 de agosto de 2010

COMUNIDADE DOS ESTADOS INDEPENDENTES - 9º Ano

A Comunidade dos Estados Independentes (CEI) é uma organização governamental fundada no dia 8 de dezembro de 1991, composta pelas antigas repúblicas soviéticas e, de certa forma, sucessora parcial da antiga União Soviética. Inicialmente esta comunidade estava composta por três membros: Bielorússia, Ucrânia e Rússia. Duas semanas depois de sua criação, outras oito ex-repúblicas soviéticas (Armênia, Azerbaijão, Kasaquistão, Moldávia, Usbequistão, Kirgistão, Tajikistão e Turcomenistão) também foram admitidas como membros fundadores, sujeitas à aprovação dos seus respectivos parlamentos. Estônia, Lituânia e Letônia, anteriormente tinham se tornado independentes e declinaram do convite de integra a CEI. A Geórgia rechaçou a proposta até 1993.

Os membros da CEI atuam como estados independentes. À unidade central, formada de modo semelhante à Comunidade Econômica Européia (atual União Européia), foi conferida uma autoridade limitada, que inclui o estabelecimento de uma esfera econômica comum e a coordenação na política exterior e imigração, a proteção do meio ambiente e a luta contra os delitos. A União Soviética dissolveu-se formalmente e os estados assumiram a propriedade de suas instalações. Os líderes deixaram o controle das armas nucleares de longo alcance sob a tutela do presidente russo Boris Yeltsin e do comandante e chefe das forças armadas da CEI, o marechal Evgeni Shaposhnikov. O presidente ucraniano, Leonid M. Kravchuk, insistiu em conservar o direito de cancelar o lançamento das armas desde o território ucraniano. Os líderes das repúblicas concordaram em aceitar os acordos internacionais da União Soviética, incluindo a política de desarmamento nuclear. A Rússia ficou com uma cadeira no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tinha pertencido à União Soviética. Os EUA reconheceram a independência das repúblicas e todas elas se tornaram membros da Organização das Nações Unidas (ONU).

Desde sua fundação, a CEI tem se caracterizado pelas disputas entre os estados membros e o não cumprimento dos acordos escritos. Segundo os primeiros acordos, as repúblicas tinham o direito de possuir suas próprias forças armadas ou unidades de guarda nacional. As repúblicas adotavam o rublo russo como unidade monetária comum e concordavam em relação aos direitos humanos, na necessidade de preservar as culturas das diferentes etnias minoritárias e a cooperação e coordenação de reformas que ajudassem a estabelecer economias de livre mercado. No entanto, as diferenças étnicas e regionais, contidas durante décadas pela autoridade central, ressurgiram na forma de guerras civis na Geórgia, Moldávia, Tajikistão e na região do norte do Cáucaso da Rússia e como conflito entre a Armênia e o Azerbaijão.
Thais Pacievitch

Conflitos no Cáucaso:
Ossétia do Norte, Chechênia;
Armênia e Azerbaijão se encontram envolvidos num conflito pelo enclave do Alto Karabaj, território incorporado a Azerbaijão durante o período soviético, mas povoada majoritariamente pelos armênios.

AMÉRICA LATINA - 8º Ano

A expressão “América Latina” é usada comumente para se referir a todos os países do continente americano com exceção de EUA e Canadá. Porém, não há nenhuma “lista” oficial de países “latino-americanos” e as diversas fontes de informação divergem um pouco quanto aos países que realmente fariam parte da América Latina.
Segundo o senso comum, ou o significado mais empregado, os países que compõem a “América Latina” seriam os que fazem parte da América do Sul, América CentralMéxico.
Essa definição é parecida com a que é utilizada pela ONU, porém, da classificação geralmente utilizada por ela, são excluídos o Caribe e o México, embora eles possam aparecer em outras definições.
Por outro lado, algumas fontes definem a “América Latina” como o nome que se dá aos países dos continentes americanos que foram colonizados predominantemente por países latinos (denominação dada aos países europeus que surgiram após a queda do Império Romano do Ocidente e que têm como língua majoritária, línguas latinas. Por exemplo: Espanha, França, Portugal, Romênia, etc.) e onde a língua oficial é derivada do latim (neolatina), como o espanhol, o português e o francês.
Segundo esta definição, não fariam parte da América Latina, além dos EUA e Canadá (embora no Canadá as línguas oficiais sejam o inglês e o francês e este último seja o mais falado), o Suriname e a Guiana, ambos colonizados por Inglaterra e Holanda (países de origem germânica) e que tem como língua oficial o holandês e o inglês, respectivamente. Mas esta definição engloba também, alguns países do Caribe como Cuba, Haiti e República Dominicana, que tem o espanhol ou o francês como língua oficial.
A expressão teria sido usada pela primeira vez por Napoleão III no século XIX, na mesma época em que teria surgido a expressão de “Europa latina” para designar os países europeus de língua neolatina. Outras fontes apontam para Michel Chevalier que teria usado o termo em 1836.

Exercício
1. Pinte o mapa usando as cores sugeridas na legenda.
2. Coloque as capitais dos países.

Música - 7º ano

AMANHECEU, de Renato Teixeira

Amanheceu, peguei a viola
Botei na sacola e fui viajar
Sou cantador
E tudo nesse mundo
Vale pra que eu cante
e possa praticar
A minha arte
Sapateia as cordas
E esse povo gosta
de me ouvir cantar
Amanheceu...
Ao meio-dia eu tava
em Mato Grosso
Do sul ou do norte, Não sei explicar
Só sei dizer
Que foi de tardezinha
Eu tava cantando
Em Belém do Pará
Amanheceu...
Em Porto Alegre um tal de coronel
Pediu que eu musicasse um
Verso que ele fez
Para uma China, que pela poesia
Nem lá em Pequim se vê tanta altivez
Amanheceu...
Parei em Minas pra trocar as cordas
E segui direto para o Ceará
E no caminho fui pensando, é lindo
Essa grande aventura de poder cantar
Amanheceu...
Chegou a noite e me pegou cantando
Num bailão, lá no norte do Paraná
Daí pra frente ninguém mais se espanta
E o resto da noitada eu não posso contar
Anoiteceu e eu voltei pra casa
Que o dia foi longo e o sol
Quer descansar
Amanheceu...

Atividade
a)Leia a letra da música.
b) Registre no caderno os estados e as capitais citados.
c) No mapa político, localizem duas capitais mencionadas na música e calculem a distância, em linha reta, entre as cidades.
d) Na sua opinião que meio de transporte foi utilizado pelo violeiro? Justifique a resposta.

MAPA Político do Brasil

ATMOSFERA - 6º Ano

Atmosfera é o nome dado à camada gasosa que envolve os planetas. No caso da atmosfera terrestre ela é composta por inúmeros gases que ficam retidos por causa da força da gravidade e do campo magnético que envolve a Terra.
No início da formação do planeta Terra a atmosfera era composta basicamente por gases (Metano, amônia, nitrito, vapor de água e dióxido de carbono) resultantes das constantes erupções e colisões na superfície inóspita da terra primitiva, além dos que eram expelidos por rachaduras na crosta terrestre.
Então, em uma segunda fase, surgem os primeiros organismos vivos que realizam fotossíntese (processo bioquímico que transforma dióxido de carbono em oxigênio com o auxílio da luz solar, realizado pelos vegetais e algumas algas), absorvendo o gás carbônico da atmosfera e transformando-o em oxigênio. Com isso acontece uma das maiores transformações causadas no planeta por algum organismo vivo: a atmosfera torna-se saturada de oxigênio. Ironicamente, os primeiros organismos a realizar a fotossíntese eram anaeróbios (organismo que vivem sem oxigênio e morrem na presença dele), e são extintos. Alguns organismos, entretanto, continuam evoluindo e se adaptam a nova atmosfera cheia de oxigênio.
Atualmente, o nitrogênio e o oxigênio juntos, somam cerca de 99% dos gases que compõem a atmosfera terrestre. O oxigênio é consumido pelo seres vivos através do processo de respiração e transformado em dióxido de carbono e vapor de água que serão depois reabsorvidos pelos organismos. O dióxido de carbono será consumido no processo de fotossíntese, e o vapor de água, responsável, por redistribuir a energia na terra através da troca de energia de calor latente, produzir o efeito estufa e causar as chuvas, será novamente consumido pelos organismos vivos na sua forma líquida.
Outros gases que compõem a atmosfera terrestre são: dióxido de carbono, argônio, metano, óxido nitroso, monóxido de carbono, dióxido de enxofre, óxido e dióxido de nitrogênio, os clorofluorcarbonos, ozônio, e outros que integram o 1% restante da atmosfera.
Para fins de estudos a atmosfera terrestre é dividida em algumas camadas de acordo com a variação das transições de temperatura:
A troposfera, que geralmente se estende a 12 km (entre 20 km no equador e 8 km nos pólos). É nesta camada que acontecem praticamente todos os fenômenos que influenciam o tempo.
A estratosfera, estende-se até aproximadamente 50 km com temperaturas parecidas com as da troposfera até o limite de 20km. Esta camada é mais quente por causa do ozônio que se acumula e que absorve os raios ultravioletas.
Na mesosfera, a temperatura novamente diminui. Esta camada vai até cerca de 80 km. A esta altura, a temperatura chega a -90ºC!
E a termosfera, que não possui um limite inferior muito bem definido. Aqui as moléculas se agitam com uma velocidade enorme, o que significaria uma temperatura altíssima. Entretanto, a concentração dessas moléculas é muito baixa o que diminui drasticamente a quantidade de energia que essas moléculas poderiam transmitir para qualquer corpo que se encontrasse ali, anulando, de certa forma, a temperatura. A termosfera, por sua vez, compreende uma camada situada entre 80 a 900 km, chamada de ionosfera.
A ionosfera, como o próprio nome já diz, é composta por uma infinidade de íons criados a partir da radiação solar que incide nas moléculas de oxigênio e nitrogênio, liberando elétrons. A ionosfera é composta por três camadas (da mais próxima a mais distante) D, E e F que possuem concentrações diferentes de íons. Durante a noite as camadas D e E praticamente desaparecem, porque não há incidência de raios solares e, conseqüentemente, não há formação de íons. Ou seja, durante a noite, os íons se recombinam formando novamente as moléculas de oxigênio e nitrogênio. Mas, à noite ainda há incidência de raios solares, mesmo que de menor intensidade, o que explica porque a camada F não se extingue também.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

O Desenvolvimento Sustentável - Olimpíada da Geografia

O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: (1) o conceito de “necessidades”, sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima prioridade; (2) a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social impõem ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras. (...) No contexto específico das crises de desenvolvimento e do meio ambiente surgidas nos anos 1980 – que as atuais instituições políticas e econômicas nacionais e internacionais ainda não conseguiram e talvez não consigam superar –, a busca do desenvolvimento sustentável requer:

- sistema político que assegure a efetiva participação dos cidadãos no processo decisório;
- sistema econômico capaz de gerar excedentes e know how técnico em bases confiáveis e constantes;
- sistema social que possa resolver as tensões causadas por um desenvolvimento não equilibrado;
- sistema de produção que respeite a obrigação de preservar a base ecológica do desenvolvimento;
- sistema tecnológico que busque constantemente novas soluções;
- sistema internacional que estimule padrões sustentáveis de comércio e financiamento;
- sistema administrativo flexível e capaz de autocorrigir-se.
(Relatório Nosso Futuro Comum, ONU, 1987.___In: Giansanti, R. 1999)

Desenvolvimento sustentável: que bicho é esse? - Olimpíada da Geografia

A expressão “desenvolvimento sustentável” parece até ter virado moda de tanto que está sendo usada, como se pudesse ser a salvação de todos os males. Está presente em todos os lugares: nos discursos políticos, nos programas de governo, nos projetos sociais de empresas e até na fachada de escolas. Por isso mesmo é que temos de tentar entender melhor o seu significado, para que não pareça ou resulte em expressão vazia.

(...) O Relatório Brundtland expressou, pela primeira vez num organismo internacional, em 1987, o desejo de que o desenvolvimento seja sustentável. Isto é, manifesta a ambição de que o crescimento econômico – por enquanto o principal motor do desenvolvimento – possa respeitar os limites da natureza, em vez de destruir seus ecossistemas. (...) Ora, se já faz tantos anos que se fala em desenvolvimento sustentável, torna-se inevitável perguntar, mais uma vez, por que os grandes desafios ambientais não estão sendo enfrentados. (...) Estudiosos esboçaram um “caminho do meio”. Eles distinguem claramente o crescimento econômico do desenvolvimento. Para eles, o desenvolvimento depende de como os recursos gerados para o crescimento econômico são utilizados: para fabricar armas ou para produzir alimentos, para construir palácios ou para fornecer água potável. Dependendo de para onde forem os recursos, os frutos do crescimento preservarão os privilégios das elites ou beneficiarão o conjunto da população.

(José Eli da Veiga e Lia Zatz. Desenvolvimento sustentável: que bicho é esse? Campinas, SP: Autores Associados, 2008, p. 35, 39, 54. Com adaptações).

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Dissertação - Escrevendo um texto dissertativo (Olimpíada da Geografia)

Por: Casa da Monografia

Dissertação é um texto que se caracteriza pela defesa de uma idéia, de um ponto de vista, ou pelo questionamento acerca de um determinado assunto.

Em geral, para se obter maior clareza na exposição de um ponto de vista, costuma-se distribuir a matéria em três partes.

a. introdução - em que se apresenta a idéia ou o ponto de vista que será defendido;
b. desenvolvimento ou argumentação - em que se desenvolve o ponto de vista para tentar convencer o leitor; para isso, deve-se usar uma sólida argumentação, citar exemplos, recorrer a opinião de especialistas, fornecer dados, etc.
c. conclusão - em que se dá um fecho ao texto, coerente com o desenvolvimento, com os argumentos apresentados.

Quanto à linguagem, prevalece o sentido denotativo das palavras e a ordem direta das orações. Também são muito importantes, no texto dissertativo, a coerência das idéias e a utilização de elementos coesivos, em especial das conjunções que explicitam as relações entre as idéias expostas. Portanto, a elaboração de um texto dissertativo não está centrada na função poética da linguagem e sim na colocação e na defesa de idéias e na forma como essas idéias são articuladas. Quando se lança mão de uma figura de linguagem, ela deverá sempre ser utilizada com valor argumentativo, como um instrumento a mais para a defesa de uma determinada idéia.

O Esquema-Padrão

Inicialmente, é preciso não confundir esquema com rascunho.
É importante atentar para um fato: cada dissertação, dependendo do tema e da argumentação, pede um esquema. Uma dissertação subjetiva, por exemplo, permite ao produtor do texto utilizar certos recursos que seriam descabidos numa dissertação objetiva.

Esquema é um guia que estabelecemos para ser seguido, no qual colocamos em frases sucintas (ou mesmo em simples palavras) o roteiro para a elaboração do texto. No rascunho, vamos dando forma à redação, porque nele as idéias colocadas no esquema passam a ser redigidas, tomando a forma de frases até chegar a um texto coerente.

O primeiro passo para a elaboração de um esquema é ter entendido o tema proposto, pois de nada adiantará um ótimo esquema se ele não estiver adequado ao tema.
Por ser um roteiro a seguir, deve-se dividir o esquema nas partes de que se compõe a redação. Se formos escrever uma redação dissertativa, o esquema já deverá apresentar as três partes da dissertação: introdução, desenvolvimento e conclusão, que podem vir representadas pelas letras a, b e c, respectivamente.

Na letra a, você deverá colocar a tese que vai defender; na letra b, palavras que resumam os argumentos que você apresentará para sustentar a tese; na letra c, uma palavra que represente a conclusão a ser dada.

Quando estamos fazendo o esquema do desenvolvimento (letra b), é comum surgirem inúmeras idéias. Registre-as todas, mesmo que mais tarde você não venha a utilizá-las. Essas idéias normalmente vêm sem ordem alguma; por isso, mais tarde é preciso ordená-las, selecionando as melhores e colocando-as em ordem de importância. A esse processo damos o nome de hierarquização das idéias.
Para não se perder tempo elaborando um outro esquema, a hierarquização das idéias pode ser feita por meio de números atribuídos às palavras que aparecem no esquema, seguindo a ordem em que serão utilizadas na produção do texto.

Apresentamos, agora, um exemplo do esquema com as idéias já hierarquizadas:
Tema: A pena de morte: contra ou a favor?

a) contra, não resolve.

b) 1. direito à vida -- religião
2. outros países -- EUA
3. erro judiciário
4. classes baixas
5. tradição.

c) ineficaz: solução: erradicação da pobreza.

Feito o esquema, é segui-lo passo a passo, transformando as palavras em frases, dando forma à redação.
No exemplo dado, na introdução você se declararia contrário (a) à pena de morte porque ela não resolve o problema do crescente aumento da criminalidade no país.
No desenvolvimento, você utilizaria os argumentos de que todas as pessoas têm direito à vida, consagrado pelas religiões; de que nos países em que ela existe, citando os Estados Unidos como exemplo, não fez baixar a criminalidade; de que sempre é possível haver um erro judicial que leve a matar um inocente; de que, no caso brasileiro, ela seria aplicada somente às classes mais baixas; que não podem pagar bons advogados; e, finalmente, de que a tradição jurídica brasileira consagra o direito à vida e repudia a pena de morte.
Como conclusão, retomaria a tese insistindo na ineficácia desse tipo de pena e indicando outras soluções para resolver o problema da criminalidade, como a erradicação da miséria.

A Gramática da Dissertação

Quanto aos aspectos formais, a dissertação dispensa o uso abusivo de figuras de linguagem, bem como do valor conotativo das palavras (veja bem: estamos falando que não se deve abusar). Por suas características, o texto dissertativo requer uma linguagem mais sóbria, denotativa, sem rodeios (afinal, convence-se o leitor para força dos argumentos, não pelo cansaço); daí ser preferível o uso da terceira pessoa.
Ao contrário da narração, a dissertação não apresenta uma progressão temporal; os conceitos são genéricos, abstratos e, em geral, não se prendem a uma situação de tempo e espaço; por isso o emprego de verbos no presente. Ao contrário da descrição, que se caracteriza pelo período simples, a dissertação trabalha com o período composto (normalmente, por subordinação), com o encadeamento de idéias; nesse tipo de construção, o correto emprego dos conectivos é fundamental para se obter um texto claro, coeso, elegante.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O futebol na ditadura brasileira -

Em 1970, o Brasil ainda vivia sob a ditadura do regime militar, instaurado em 1964. O presidente era o general Emílio Garrastazu Médici, que governou o país de 1969 a 1974. Médici era da "linha dura", a ala mais radical dos militares que instauraram a ditadura. Seu governo foi, talvez, o mais repressivo da história política do Brasil, resultando na morte e tortura de centenas de oposicionistas, acusados ou suspeitos de "subversão".

Foi também um período em que parte da oposição decidiu partir para a luta armada, praticando atos de terrorismo, seqüestros de diplomatas estrangeiros para trocá-los por prisioneiros políticos e assaltos a banco, chamados eufemisticamente de "expropriações".
Milagre brasileiro

Apesar da repressão política, a economia brasileira crescia mais de 10% ao ano. Não que o crescimento da economia fosse obra do governo. Como foi um período de crescimento da economia mundial, a economia brasileira acabou se beneficiando. Houve um aumento dos empréstimos obtidos no exterior e dos investimentos estrangeiros no país. As exportações aumentaram, especialmente as de produtos agrícolas, como soja e laranja.

Naquela época, crescimento da economia significava também aumento da oferta de empregos na indústria. Foi uma época em que a classe média realizava seus sonhos comprando carros e eletrodomésticos. Foi nesse contexto político e econômico que a seleção brasileira conquistou a Copa do Mundo no México e o Brasil se tornou o primeiro país tricampeão.

Futebol e propaganda política

Além da tortura e da repressão, o governo Médici usou a propaganda como arma política. O presidente Médici era apresentado como um "homem do povo" e "apaixonado por futebol". A vitória da seleção brasileira sobre a seleção italiana por 4 a 1, na final, foi bastante explorada pela propaganda do governo Médici em slogans do tipo "Ninguém segura este país" ou "Brasil; ame-o ou deixe-o".

O técnico que classificou o Brasil para a Copa de 1970 foi João Saldanha, que acabou substituído por Mario Zagalo durante a competição. Alguns acreditam que a substituição de Saldanha por Zagalo teria sido resultado de uma suposta interferência de Médici. O então presidente da República teria dado palpite na escalação do time feita por Saldanha. O técnico teria respondido que Médici mandava nos ministérios, mas que quem mandava na seleção era ele (Saldanha).

Futebol: o ópio do povo

Temendo que a vitória da seleção na Copa do Mundo fosse explorada pela propaganda do regime militar, o que acabou acontecendo, alguns intelectuais de esquerda, opositores do Regime, afirmavam que o futebol era o "ópio do povo", pois faria a população se alienar, deixando de lutar pela solução dos problemas sociais. A expressão foi criada por Karl Marx. Era como ele considerava a religião.
Porém, em 1974, a seleção brasileira decepcionou os torcedores, ao não conseguir repetir a conquista da Copa anterior. E o regime militar brasileiro também não conseguiu manter sua popularidade. Naquele ano, o aumento do preço do petróleo imposto pela OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) gerou uma crise econômica mundial que levou ao fim do chamado "milagre econômico". A inflação disparou no Brasil e os brasileiros sofreram com o aumento dos preços e o arrocho salarial.

Túlio Vilela*

Redação - Olimpíada

ORIENTAÇÕES

Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;

Deve ter uma estrutura dissertativa;

Não deve estar redigido em forma de poema (versos) ou narração;

A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;

Não deixe de dar um título a sua redação;

TREINO

Escreva um texto claro, organizado e coerente,considerando as ideias de acordo com a proposta do tema.

Para treino: Elabore uma dissertação considerando as ideias a seguir:

Por que o patriotismo brasileiro só se revela em época de Copa do Mundo?

Em ano de Copa do Mundo, o Brasil inteiro se pinta de verde e amarelo. Durante um mês, o país para suas atividades para torcer pela seleção e cantar o orgulho nacional. Todos os outros assuntos, de saúde a política, perdem a importância diante do futebol. Esse patriotismo temporário gera muita polêmica: alguns acreditam ser um momento de fortalecimento da identidade do povo; outros veem nesse campeonato a causa de um delírio nacional, em que o brasileiro deixa de acompanhar os fatos relevantes para a nação. Mas afinal, o que significa ser patriota? O interesse pela Copa do Mundo pode ser visto realmente como sinal de patriotismo? Qual é a importância desse sentimento para a nação? O que seria necessário para o brasileiro agir com patriotismo em outras situações do cotidiano?

Obs: Seria bom alguém corrigir.

Atualidades: Colômbia - Eleições renovam esperança de futuro sem guerrilhas - Olimpíadas

No dia 20 de junho de 2010, os colombianos foram às urnas para escolher o substituto do presidente Álvaro Uribe Vélez. A despeito de quem irá ocupar o cargo, as políticas mais duras contra o narcotráfico saem vencedoras no país.

O candidato governista Juan Manuel Santos, ex-ministro da Defesa, lidera a disputa contra o candidato do Partido Verde, Antanas Mockus, que aparece em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. No primeiro turno, realizado em 30 de maio, Santos obteve 46,6% dos votos e Mockus, 21,5%.

Esse quadro eleitoral pode ser explicado pela relação do poder político com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), organização terrorista de linha comunista que surgiu em 1964, inspirada na Revolução Cubana. A partir dos anos 1980, o grupo passou a controlar a produção e o comércio de cocaína na Colômbia. Estima-se que, de 1980 até o começo deste século, três milhões de colombianos tenham sido deslocados de suas regiões por conta da guerra contra o tráfico.

Outra fonte de financiamento dos guerrilheiros é o sequestro. O caso mais famoso é o da candidata presidencial e senadora Ingrid Betancourt, resgatada em 2 de julho de 2008, depois de seis anos em cativeiro na selva colombiana, junto com outras 14 pessoas.

Quando Uribe assumiu a presidência, em 2002, adotou uma política "linha dura" contra os militantes das Farc, do Exército de Libertação Nacional (ELN) - o segundo maior grupo guerrilheiro do país - e de grupos paramilitares.

A medida foi empregada depois que seu antecessor no cargo, o presidente Andrés Pastrana Arango, falhou ao tentar fazer um acordo de paz com a guerrilha. Em novembro de 1998, Pastrana concedeu uma área do tamanho da Suíça para as Farc, como um gesto de confiança. Porém, os guerrilheiros continuaram os ataques e aumentaram a produção de cocaína, além de estabelecer um poder paralelo na região.

Mudanças na área de segurança pública foram decisivas para a eleição e, depois, reeleição de Uribe. Ele venceu a oposição com a promessa de desmantelar o poderio militar dos narcoterroristas.


Tensão na fronteira

A repressão contou com apoio financeiro e militar dos Estados Unidos, aliança que rendeu a Uribe uma posição de antagonismo político em relação aos governos da Venezuela e do Equador, vizinhos alinhados à esquerda.

Durante a crise das bases militares, o governo venezuelano "congelou" as relações comerciais com a Colômbia, agravando a crise econômica que afetava os colombianos. A razão disso foi a intenção de Uribe de ampliar a presença de tropas americanas em bases nas fronteiras, com o motivo alegado de combater o tráfico.

Acusações do envolvimento do presidente Hugo Chávez com as Farc (baseadas na apreensão de armamento venezuelano com os guerrilheiros) também afetaram as relações diplomáticas entre ambas as nações.

Um ataque ao acampamento das Farc no Equador, em março de 2008, foi outro episódio que acarretou uma crise política entre Colômbia, Equador e Venezuela. A ação, no entanto, resultou na morte de Raúl Reyes, o segundo no comando das Farc. Outras operações também contribuíram para o prestígio do presidente colombiano e de seu candidato, entre elas a libertação de Ingrid Betancourt. Soma-se a isso o saldo positivo da estratégia de repressão. Os índices de homicídios caíram de 66 para cada grupo de 100 mil habitantes, em 2002, para 32 em 2009. Os sequestros passaram de 2.882, no ano em que Uribe foi eleito, para 86 em 2009, segundo dados oficiais.

Ao mesmo tempo, o Produto Interno Bruto (PIB) passou de US$ 232 para US$ 500 bilhões (o terceiro maior da América do Sul) em quase oito anos.

Como a casa em ordem, Uribe terminou o mandato com 70% de aprovação e tentou se candidatar para um terceiro mandato. A Justiça colombiana, no entanto, impediu sua candidatura com base na Constituição de 1991, que limita o mandato a oito anos consecutivos.

A primeira eleição sem a sombra das Farc, depois de 40 anos de conflitos, teve um peso na campanha: todos os candidatos prometeram dar continuidade à política de segurança - e o herdeiro político de Uribe é o primeiro colocado nas pesquisas.


Corrupção

Mas o mesmo trunfo do presidente alimentou a oposição, tornando um candidato antes sem expressão uma força nas urnas. Isso ocorreu por dois motivos. Primeiro, um escândalo conhecido como "falsos positivos". Em 2008, militares atraíam desempregados para a selva e os executavam, para depois identificar os corpos como de terroristas mortos. Assim, eles insuflavam artificialmente as estatísticas favoráveis ao governo e recebiam recompensa por supostos guerrilheiros mortos. Um grupo de 62 promotores investiga cerca de 2 mil mortes suspeitas.

O escândalo levou à destituição de 40 militares, incluindo três generais. E, como o conservador Juan Manuel Santos foi ministro da Defesa, ele agora é questionado pelos assassinatos cometidos pelo Exército colombiano.

Durante o segundo mandato de Uribe, um escândalo atingiu o alto escalão do Exército e parcela (um terço) do Congresso colombiano, incluindo aliados do presidente. Os políticos e militares foram acusados de envolvimento com narcotraficantes e paramilitares. Políticos foram presos entre 2006 e 2007 e até mesmo um senador, primo do presidente, foi investigado.

O segundo motivo desfavorável ao candidato da situação é que o combate ao narcoterrorismo, principal sucesso do governo, deixou de ser prioritário para a maioria dos colombianos. Os eleitores estão mais preocupados com questões sociais, como, por exemplo, o desemprego, que atinge 12% da população, uma das maiores taxas da América Latina (no Brasil, o índice é de 7%), segundo dados do Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE). Outra preocupação é o precário sistema de saúde na Colômbia.

Esses fatores deram força para a campanha de Mockus, que em março tinha apenas 9% das intenções de voto e, depois, chegou a um empate técnico com o rival. Com um discurso contra a corrupção e focado na educação, ele acabou surgindo como o candidato que representa um avanço em direção ao futuro sem as Farc. Principalmente para jovens eleitores, que o apoiam em redes sociais como Twitter e Facebook.

Mockus foi um prefeito popular da capital Bogotá e ficou conhecido por ações extravagantes, como trocar guardas de trânsito por mímicos que advertiam os motoristas com cartões vermelhos e amarelos. O problema é que seu partido tem apenas 5% das cadeiras do Senado e 1% da Câmara dos Deputados. Caso seja eleito, terá de fazer alianças políticas com adversários.
José Renato Salatiel

Atualidades - Políticas de proteção completam um século no Brasil - Olimpíada

Vestígios arqueológicos indicam a presença de índios num período entre 11 e 12 mil anos atrás no Brasil. Estima-se que, quando os portugueses chegaram, há mais de 500 anos, existiam até 10 milhões de nativos, que falavam cerca de 1.300 línguas. Com a colonização do território nacional, aldeias foram dizimadas por bugreiros - sertanejos contratados por colonos para caçar bugres (indígenas) - ou por doenças contagiosas adquiridas pelo contato com o homem branco, contras as quais os nativos não tinham imunidade.

Hoje, de acordo com dados da Funai, existem cerca de 460 mil índios no país, vivendo em 225 comunidades. Além destes, estima-se que há entre 100 e 190 mil índios vivendo fora de suas tribos.

A despeito desse total de índios corresponder a 0,25% da população brasileira, as 488 terras indígenas delimitadas perfazem 12,41% do território nacional. Restaram 180 línguas diferentes faladas pelas etnias, excluindo-se aquelas em uso por comunidades isoladas, que ainda não foram estudadas.


Marechal Rondon

O SPI foi fundado em 20 de junho de 1910 por meio do decreto nº 8.072, assinado pelo presidente Nilo Peçanha. A direção ficou a cargo de Cândido Mariano da Silva Rondon, militar e sertanista descendente de índios, mais conhecido como marechal Rondon.

No final do século 19, Rondon foi responsável pela instalação de milhares de quilômetros de linhas telegráficas no interior do país. Nesse trabalho, entrou em contato com dezenas de tribos, sempre de maneira pacífica. Seu lema era "Morrer, se preciso for. Matar, nunca".

À frente do SPI, Rondon mudou a forma de tratamento dos índios, que antes eram considerados um entrave para o desenvolvimento da nação. Para proteger os índios, foram feitas as primeiras demarcações de terra. Ele também defendeu a instauração de reservas como o Parque do Xingu, primeiro território indígena criado pelo governo, em 1961.

No entanto, o pensamento positivista que norteou os trabalhos de Rondon é hoje considerado um equívoco. Segundo o positivismo, doutrina filosófica fundada por Augusto Comte no século 19 e muito influente entre intelectuais brasileiros no período que vai do fim da monarquia às primeiras décadas da república, a humanidade passaria por fases evolutivas, da origem primitiva à civilização moderna.

Para os positivistas, os índios eram selvagens que viviam em estado primitivo e que precisavam ser civilizados. Como fazer isso? Incorporando-os à vida do Brasil rural e ensinando-lhes valores ocidentais. Na ata de criação do SPI consta o nome do órgão como Serviço de Proteção aos Índios e Localização dos Trabalhadores Nacionais. O objetivo era, portanto, aproveitar a mão de obra indígena na agricultura e adaptar os nativos ao convívio em sociedade.

Para isso foram criadas escolas e oficinas de trabalho - e também se construíram casas. As aldeias foram fragmentadas, separando famílias e misturando etnias. Com isso, o SPI impediu o extermínio da população nativa, protegendo fisicamente os índios em áreas demarcadas. Mas o projeto de integração foi prejudicial para a cultura indígena.

A partir dos anos 1950, antropólogos como Darcy Ribeiro e o sertanista Orlando Villas Bôas ajudaram a mudar essa visão etnocêntrica. Atualmente, os antropólogos entendem que os índios possuem cultura própria, que é considerada patrimônio da humanidade. O conhecimento que eles têm da floresta, por exemplo, vem ajudando cientistas no estudo de plantas para uso medicinal e na proteção do meio ambiente.

Para o governo, a melhor forma de preservar os costumes das comunidades é por meio de terras demarcadas. O processo de demarcação ganhou fôlego nos anos 1970, quando surgiram os primeiros movimentos de defesa dos índios.

A nova política indigenista foi finalmente incorporada à Constituição Federal de 1988, cujo Artigo 231 diz: "São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens".

A Funai mantém, desde 1987, uma unidade especializada em localização e proteção de tribos isoladas. Mas sua política, agora, é a de retardar ao máximo o contato com o homem branco.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

IMIGRAÇÃO ITALIANA PARA O SUL - Olimpíada da Geografia

Rio Grande do Sul

As primeiras colônias italianas do Sul do Brasil nasceram nas serras gaúchas, entre os vales dos rios Caí e das Antas, limitando-se ao norte com os campos de Cima da Serra, e ao sul com as colônias alemãs do vale dos rios das Antas e Caí.
Os italianos foram atraídos para o Sul do Brasil com o intuito de substituir a colonização alemã, pois, na Alemanha, criara-se mecanismos para impedir a imigração para o Brasil, pois muitas denúncias contra essa imigração eram feitas, tendo em vista que muitos passavam privações no país. Os colonos alemães, assim que chegavam ao Rio Grande do Sul, rumavam para as colônias já estabelecidas, apartando-se de se aventurar nas matas fechadas das serras. Para ocupar as matas fechadas, optou-se pela vinda de imigrantes italianos.
No ano de 1875, foram criadas as colônias Conde D'Eu e Dona Isabel, atuais Bento Gonçalves e Garibaldi. No mesmo ano, criou-se a colônia Caxias (atualmente Caxias do Sul) e em 1877 Silveira Martins. A partir dessas quatro colônias, os italianos passaram a se expandir pelas regiões das serras.
Caxias do Sul tornou-se a colônia mais próspera da região. Ali plantavam produtos de subsistência, como o milho e o trigo. Mas o cultivo que marcou sua presença no Rio Grande do Sul foi a videira.
A maior parte desses imigrantes eram camponeses vindos do Norte da Itália, e se tornavam pequenos cultivadores no Brasil. Calcula-se que, entre 1875 e 1914, entraram no estado entre 80 e 100 mil italianos.

Santa Catarina

Em Santa Catarina, imigrantes italianos vindos da Sardenha já habitavam a região de Nova Itália (hoje, São João Batista) desde 1836. Porém, a imigração só começaria de fato em 1875. Foram criadas as colônias de Rio dos Cedros, Rodeio, Ascurra e Apiúna, em torno da colônia alemã de Blumenau; Porto Franco (atual Botuverá) e Nova Trento, em torno da colônia Brusque. A colonização italiana se deu em maior expressividade no sul do estado, no vale do rio Tubarão, as colônias de Azambuja, Pedras Grandes e Treze de Maio: no vale do Urussanga, os núcleos de Urussanga, Acioli de Vasconcelos (atual Cocal) e Criciúma. Outras colônias foram criadas e ocupadas por italianos vindos do Rio Grande do Sul.

Paraná

No Paraná, os primeiros colonos italianos chegaram em 1878 e se fixaram no litoral, porém pouco tempo depois partiram para a região de Curitiba, se fixando em diversas cidades. Neste estado, os italianos vieram principalmente trabalhar na produção do café.

Atualidades

Desastre no Golfo (2010)

No dia 20 de abril, uma explosão na plataforma Deepwater Horizon, operada pela British Petroleum no Golfo do México, matou 11 pessoas e rompeu tubulações no fundo do oceano. Desde então, uma quantidade estimada entre 80 e 180 milhões de litros de petróleo vazou na costa americana. As tentativas da petroleira britânica de estancar o derramamento fracassaram, e o vazamento se transformou no maior acidente ambiental da história dos Estados Unidos.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Povoamento imigrante no sul - Olimpíada da Geografia

Após a independência, a imigração passou a fazer parte da política Imperial, pois o Sul do Brasil continuava despovoado e alvo da cobiça dos países vizinhos. O governo passou a incentivar a implantação de núcleo de colonos imigrantes no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Imigração alemã no sul

O Imperador do Brasil passou a se dedicar a ocupação das terras vazias do Sul do Brasil. Para cumprir essa tarefa, o governo brasileiro optou pela vinda de imigrantes. O Brasil acabara de se tornar independente de Portugal, portanto, os portugueses não podiam ser. A imperatriz do Brasil, Dona Leopoldina, era austríaca e, por essa razão, o Brasil optou por trazer imigrantes germânicos para o país. Os alemães tornaram-se os terceiros imigrantes europeus a se estabelecerem no Brasil, após os portugueses e os suíços que fundaram Nova Friburgo. Cidade esta, que também recebeu a primeira leva de imigrantes alemães em 3 de maio de 1824.
Outro grupo de colonos alemães aportou no Brasil em 1824. Foram recrutados pelo major Jorge Antônio Schäffer e encaminhados para o atual município de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul. Os colonos tiveram que construir suas próprias casas, receberam sementes para a plantação e gado para o sustento. De início, São Leopoldo não se desenvolveu. Porém, com a chegada de novos imigrantes, a colônia cresceu. A partir de São Leopoldo, os alemães desbravaram a região, seguindo o caminho dos rios. Em alguns anos, toda a região do Vale do Rio dos Sinos estava sendo ocupada pelos colonos germânicos. Em 1826, surgiu o primeiro curtume na região do vale. A seguir, foram construídos moinhos de trigo, uma fábrica de sabão, ferrarias, oficinas de lapidação de pedras, além de um número enorme de sapatarias (ainda hoje um dos maiores pólos da indústria calçadista do Brasil).
A colonização continuou à medida que os alemães, em sua maioria partindo de São Leopoldo, buscavam novas terras em lugares mais distantes. Essas colônias já não eram patrocinadas pelo governo, mas colônias privadas. Colônias antigas, como Novo Hamburgo, estabelecida pouco tempo depois de São Leopoldo, serviu de apoio para a criação de colônias mais novas, como Estrela (1853), Lajeado (1853) e Teutônia (1868). Outras colônias, só foram criadas tempos depois, como Ijuí (1890), Sobradinho (1901) e Erechim(1908). Essas últimas colônias já não eram exclusivamente alemãs, pois agregavam imigrantes de outras nacionalidades. A imigração alemã no Rio Grande do Sul foi contínua. Entre 1824 e 1830 entraram no Rio Grande 5.350 alemães. Depois de 1830 até 1844 a imigração foi interrompida. Entre 1844 e 50 foram introduzidos mais dez mil, e entre 1860 e 1889 outros dez mil. Entre 1890 e 1914 chegaram mais 17 mil. Os protestantes formaram a maioria dessa corrente imigratória e igrejas luteranas foram estabelecidas nas colônias para atender aos fiéis. Porém, o número de católicos também era grande. Com o passar do tempo, a maior parte dos alemães e descendentes passaram a ser católicos.
Em Santa Catarina os primeiros colonos alemães aportaram em 1829, na atual cidade de São Pedro de Alcântara. Essa colônia fracassou. A grande colonização germânica no estado só ocorreu um pouco mais tarde, a partir de 1850. A colônia de Blumenau, no vale do Rio Itajaí-Açu, foi criada por Hermann Blumenau em 1850. Acompanhado por outros 17 alemães, Hermann achou um clima da região agradável, cortada pelo rio, propícia para a fundação de uma colônia. Em 1860, ele vende a colônia para o governo imperial e em 1880, Blumenau torna-se município, contando com 15.000 habitantes, em sua maioria alemães. Em 1851, inicia-se a colonização de outra região de Santa Catarina, a partir da fundação da Colônia Dona Francisca, atualmente Joinville. Entre 1850 e 1888, chegaram à região 17.000 colonos alemães, em sua maioria protestantes, agricultores sem recursos, comerciantes e artesões. A partir dessa colônia, os alemães se expandiram e colonizaram todo o norte de Santa Catarina.
No Paraná os alemães também marcaram forte presença em todas as regiões do estado. A primeira colônia foi fundada em 1829 em Rio Negro. Em 1855 alemães originários da Prússia fundam as Colônias de Terra Nova e Santa Leopoldina em Castro. Entre 1877 e 1879, chegou número apreciável de alemães vindos da Rússia (os alemães do rio Volga. A maior parte dos imigrantes chegou no início do século XX, vindos diretamente da Alemanha, e se estabeleceram sobretudo nas regiões leste e sul (em cidades como Curitiba, Ponta Grossa, Palmeira, Rio Negro, Ivaí, Irati, Cruz Machado, entre outras). Em meados dos anos 1950, pessoas oriundas de colônias alemãs em Santa Catarina e Rio Grande do Sul também migraram para a Região Oeste e Sudoeste do estado. Nesta mesma época Suábios da região do Rio Danúbio criaram Entre Rios, em Guarapuava, e imigrantes oriundos de Danzig ocuparam a região de Cambé e Rolândia, no Norte do estado. Em Curitiba, os imigrantes alemães começaram a chegar, em maior número, a partir de 1833, e influenciaram fortemente a cultura e a economia local. Muitos casarões, alguns ainda existentes nos bairros São Francisco, Hauer, Pilarzinho, Lamenha Pequena e Vista Alegre, foram construídos por alemães. Para preservar a cultura germânica, os imigrantes organizaram-se em sociedades teuto-brasileiras, como o Clube Concórdia, Clube Rio Branco, Duque de Caxias, Clube Thalia, Graciosa Country Club e o Coritiba FC. Hoje, a maior colônia de alemães Paranaenses está no município de Marechal Cândido Rondon, que guarda na fachada das casas, na culinária e no rosto de seus habitantes a marca da colonização.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Olimpíada da Geografia - Imigração para o Brasil

A imigração no Brasil deixou fortes marcas na demografia, cultura e economia do país.
Em linhas gerais, considera-se que as pessoas que entraram no Brasil até 1822, ano da independência, foram colonizadores. A partir de então, as que entraram na nação independente foram imigrantes.
Antes de 1870, dificilmente o número de imigrantes excedia a duas ou três mil pessoas por ano. A imigração cresceu primeiro pressionado pelo fim do tráfico internacional de escravos para o Brasil, depois pela expansão da economia, principalmente no período das grandes plantações de café no estado de São Paulo.
Os movimentos imigratórios no Brasil podem ser divididos nas seguintes etapas:
• Ocupação inicial feita por povos nômades de origem asiática que povoaram o Continente Americano entre 10 e 12 mil anos, conhecidos como índios.
• Colonização, entre 1500 e 1822, feita praticamente só por portugueses e escravos provenientes da África subsaariana;
• Imigração de povoamento no Sul do Brasil, iniciada, em 1824, por imigrantes alemães e que continuou, depois de 1875, com imigrantes italianos;
• Imigração como fonte de mão-de-obra para as fazendas de café na região de São Paulo, entre o final do século XIX e início do século XX, com um largo predomínio de italianos, portugueses, espanhóis e japoneses;
• Imigração para os centros urbanos em crescimento com italianos, portugueses, espanhóis, japoneses e sírio-libaneses, além de várias outras nacionalidades;
• Imigração mais recente, reduzida e de pouco impacto demográfico, iniciada na década de 1970.

Preparação para 2ª fase das Olimpíadas

Veja a prova da fase regional 2008 - Observe a quantidade de textos, mapas e tabelas referentes as primeiras questões. Nesse caso, trata-se do movimento migratório Japão/Brasil. Leia as questões,resolva-as e confira suas respostas no gabarito. Se tiver alguma pergunta a fazer, escreva-a aqui que responderei.

Alerta: É bom ler sobre a migração dos negros no período colonial para o Brasil.

Olimpíada da Geografia

Os alunos classificados para a fase regional devem visitar o site da viagem do conhecimento e fazer leitura das informações colocadas aqui.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

O APARTHEID MORREU?... - Olimpíada da Geografia

Aqui a discriminação é a lei. Numa África do Sul onde racismo é crime, um povoado se mantém 100% branco e vive como se fosse um país independente. Bem-vindo (ou não) a Orânia

RACISMO

Aqui a discriminação é a lei. Numa África do Sul onde racismo é crime, um povoado se mantém 100% branco e vive como se fosse um país independente. Bem-vindo (ou não) a Orânia

Felipe Lessa, de Orânia, África do Sul

Revista Superinteressante – 04/2010

Quase todos os carros são brancos em Orânia. Já entre os motoristas não existe quase. São todos brancos mesmo. É um povoado de 700 pessoas fundado por brancos e que só aceita moradores brancos. "Viemos atrás do sonho de ter uma comunidade livre e segura. A África do Sul já foi um país de primeiro mundo há algumas décadas, mas infelizmente não podemos mais dizer isso", diz Andries van der Berg, um oraniano de 24 anos.
Andries tem saudade de um tempo que nunca viveu para valer. Tinha só 4 anos de idade quando o apartheid acabou, em 1990. Nos 42 anos que a política de segregação durou, a elite de origem europeia era privilegiada em todas as esferas: tinha os melhores empregos e vivia em bairros nobres com serviços públicos comparáveis aos dos países ricos. Do outro lado dessa muralha invisível estavam 96% da população: negros e mestiços amontoados em periferias ocupando subempregos. Não ser racista era contra a lei, inclusive: o Estado proibia casamentos entre brancos e negros.
Em Orânia os muros também são invisíveis. Não há cancela com seguranças impedindo negros de entrar. Também nem seria permitido. A Constituição sul-africana mais recente, de 1993, transformou o racismo em crime. Se é assim, então, como Orânia é possível? Porque juridicamente esse povoado não é uma cidade. Mas uma empresa. O lugar em si está subordinado a um município de verdade, Hopetown. Não tem prefeito próprio. Mas tem presidente. E os moradores são os acionistas. Ao comprar uma casa lá, você vira sócio. Como qualquer empresa tem liberdade para recusar sócios, Orânia fica com autonomia para decidir quem pode e quem não pode viver lá, como se fosse um governo de verdade.
Isso foi possível porque os fundadores do lugar compraram uma vila operária abandonada no subúrbio de Hopetown - em 1990, logo que o apartheid acabou e Nelson Mandela saiu da prisão. A empreitada custou o equivalente a R$ 1,1 milhão em dinheiro de hoje. Mas isso só valeu pelo terreno, praticamente: eram 240 casas parcialmente destruídas, sem água, luz ou esgoto. "Começamos do nada", diz, orgulhoso, John Strydom, um dos diretores do povoado-empresa.
Empresa não. País. Eles se sentem mais oranianos do que sul-africanos. Como qualquer nação, buscam depender o mínimo possível do exterior. E ter o máximo de autossuficiência econômica. De fato, a maior parte dos serviços e dos alimentos é produzida na própria cidade. Mesmo sem ter nem 15 ruas, Orânia possui bandeira e uma moeda própria: o ora, que vale o mesmo que o rand sul-africano.
É um sistema financeiro engenhoso: você pega seus rands e troca numa casa de câmbio. Ela deixa o dinheiro aplicado. Os rands não são mais seus, a troca já foi feita. Mas você pode sacar os juros depois. Além disso, vários comerciantes dão um desconto de 5% a quem pagar com o ora. É a colaboração deles para criar uma identidade nacional. E para fortalecer a economia local também. Com a moeda local, oraniano gasta com oraniano, não com sul-africano.
"Nosso objetivo é manter o dinheiro dentro da cidade e, com isso, criar empregos", diz Frans de Klerk, o CEO. Não dá para dizer que não deu certo. Em quase 20 anos de existência, foram construídas 3 igrejas, duas escolas, dois museus e uma estação de rádio. E a maior parte dos oranianos tem negócios próprios no povoado, não precisa sair de lá para ganhar a vida.
Mas, cá entre nós, têm de contar com uma mãozinha dos sul-africanos. O posto de gasolina de Orânia, por exemplo, depende dos motoristas negros para sobreviver. Como ele é o único num raio de 15 quilômetros, os habitantes das redondezas abastecem por lá também. Para ter uma ideia, a SUPER viu durante 1h30 só 4 carros com brancos contra 13 com negros. "Sempre passo por aqui e nunca me trataram mal, mas também nunca abriram um sorriso. Lógico, eu estou gastando meu dinheiro no posto. Mas não gosto deste lugar. Nem um pouco", diz a comerciante negra Corina Mathlante.
O isolamento parece não ter fim. Enquanto o país está fervendo por causa da Copa do Mundo, que começa em 11 de junho, o clima em Orânia está frio, até gelado. Sabe como seria se o Brasil sediasse o próximo mundial de curling? É mais ou menos assim que está o clima do povo de Orânia para a copa. "Acho que algumas pessoas vão assistir os jogos pela televisão.

terça-feira, 4 de maio de 2010

TROPAS DOS EUA: AÇÃO SEM FRONTEIRAS - 9º Ano

A presença de tropas dos EUA em países como Haiti, Afeganistão e Iraque não são novidades no cenário internacional. As ações militares do país no exterior começaram no século XIX e já ultrapassam a marca de 100. Inicialmente restritas às Américas e ao oceano Pacífico, ampliaram-se após a II Guerra e se aceleraram após a queda do Muro de Berlim (1989) e, ainda mais, com a chamada Guerra ao Terrorismo, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001.
As raízes históricas dessa política externa estão no século XVIII. Em 1776, a então colônia britânica se declarou independente e foi à guerra contra a Inglaterra, que derrotada, reconheceu a independência em 1783. A Constituição norte-americana entrou em vigor em 1789. Nas décadas seguintes, duas prioridades foram definidas para a nação: desenvolvimento econômico e expansão territorial.
Inicialmente, os EUA eram formados pelas 13 colônias da costa leste, povoadas e organizadas. Com a conquista dos imensos e distantes territórios do Oeste (o “Far West”), entre 1778 e 1848, formou-se uma nação de proporções continentais.
Para se fortalecerem contra ingerência européia, os EUA passaram a anexar novos territórios. Em 1803 compraram da França a Louisiana. Em 1819, a Flórida foi adquirida da Espanha.
Novo e vitorioso conflito contra a Inglaterra, entre 1812 e 1814, gerou o sentimento de que os EUA tinham uma “predestinação”. Criou-se o mito de que o Estado norte-americano se formou com a ação de homens excepcionais (os “founding fathers”, ou “pais fundadores”) predestinados a erguer uma sociedade sem igual no mundo, colonizado e civilizando novos territórios.
Essa concepção, conhecida como “Destino Manifesto”, preconizava a tomada de toda a América do Norte. No século XIX, 4,5 milhões de pioneiros cruzaram a região dos Apalaches, povoando grandes espaços do Oeste. Entre 1846 e 1848 ocorreu a guerra contra o México, com a tomada do Texas e dos territórios da atual Califórnia, Novo México, Arizona e porções de Oklahoma, Colorado, Idaho e Utah. Na Califórnia foi descoberta jazidas de ouro, o que iniciou, em 1848, uma gigantesca corrida à região. Aventureiros povoaram vastas porções de terras indígenas, e os EUA estenderam suas fronteiras à costa do Pacífico à costa do Pacífico. Em 1867, a expansão chegou ao Alasca, comprado da Rússia.

Doutrina Monroe

Na década de 1820, o presidente James Monroe criou a Doutrina Monroe, cuja máxima era “a América para os americanos”. Os EUA não interviriam nos negócios europeus, mas não admitiriam interferências no continente norte-americano. Os EUA se propunham a assumir um papel de liderança sobre toda a América, o que viria a nortear sua futura política externa.
No fim do século XIX, países como Inglaterra, França e Alemanha, entre outros, ainda controlavam amplos territórios em vários continentes. Os EUA emergem, então, como uma nova potência com presença militar no exterior. Em 1898, o Havaí foi anexado, e, na guerra contra a Espanha, foram conquistados territórios no Caribe (Cuba e Porto Rico) e no Pacífico (Filipinas e Guam). Cuba ganhou independência em 1902. Em 1903 forçaram a independência do Panamá diante da Colômbia, para obter a posse da Zona do Canal, que liga o Atlântico ao Pacífico.
O “Big Stick”

O governo de Theodore Roosevelt (1901 – 1909) retomou a Doutrina Monroe, determinando prioridade para os interesses dos EUA na América Latina. Essa política do “Big Stick” (grande porrete) levou às intervenções armadas, no início do século XX, em Cuba, na Nicarágua, no Haiti e na República Dominicana, entre outras.
A entrada dos EUA na I Guerra, em 1917, ao lado do Reino Unido e da França, foi decisiva para a vitória dos Aliados. Na II Guerra, os EUA se envolveram após o ataque japonês à base de Pearl Harbor, no Havaí, em 1941. Foram determinantes para a vitória aliada em solo europeu e, em 1945, lançaram bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, o que marcou o fim da guerra. Tornaram-se a grande potência ocidental, dividindo sua influência no mundo com a União das Républicas Socialistas Soviéticas (URSS). Era o começo da Guerra Fria.
Nesse novo contexto, os EUA enviaram tropas à Coréia do Norte, em 1950, para conter os comunistas. O conflito durou três anos. Em 1961, os EUA entraram no Vietnã, contra os rebeldes comunistas, e daí só se retiraram em 1973. Incentivaram e apoiaram ativamente ditaduras militares na América do Sul nas décadas de 1960 e 1970. Nos anos 1980 fizeram intervenções com tropas ou ataques militares em Granada, na Líbia, no Panamá e no Irã.

Doutrina Bush

A queda do Muro de Berlim (1989) e o fim da URSS (1991) puseram fim à Guerra Fria. Os EUA tornaram-se a única superpotência do planeta. Em 1991, o presidente norte-americano George Bush (pai doa atual, George W. Bush) organizou uma coalizão militar que expulsou as tropas iraquianas do Kuweit. Desde então, tropas dos EUA realizaram intervenções ou taques em quatro continentes: na África (Somália, em 1992-1994, e Sudão, em 1998), nas Américas (Haiti, em 1994-1995 e em 2004), na Europa (ex-Iugoslávia, em 1999) e na Ásia (Afeganistão, em 1998 e 2001, e Iraque, em 2003). As atuais intervenções dos EUA no Iraque e no Afeganistão se enquadram na Doutrina Bush, pela qual o país se dá ao direito de agir preventivamente contra potenciais adversários, mesmo sem o aval de organismos multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU).

O RACISMO NA EUROPA OCIDENTAL -8º e 9º Ano ; 2ª Série

Toda migração gera conflitos. O interesse próprio e a xenofobia são uma constante na humanidade, mais antigos que todas as sociedades conhecidas. Tomemos como exemplo dois passageiros numa cabine de trem. Eles se apossam das mesinhas, cabides e bagageiros, ocupam os assentos vazios e se instalam à vontade. Mas a porta se abre e surgem dois novos passageiros. Aqueles dois primeiros, mesmo que não se conheçam, comportam-se com uma solidariedade notável: há uma nítida relutância em desocuparem os demais assentos e deixarem os recém-chegados também se acomodarem. A cabine do trem tornou-se território seu, para disporem dele a seu bel-prazer, e cada novo passageiro que entra é considerado um intruso.
Na prática, essa situação nunca chega ao conflito aberto, pois os passageiros estão sujeitos a um sistema de regras. Mas até mesmo os dois últimos passageiros, que conheceram certa dificuldade de acomodação, no caso de chegarem mais dois posteriormente, vão adotar a mesma atitude preconceituosa dos primeiros.
Hoje em dia estima-se que vivam na Europa ocidental mais de 20 milhões de imigrantes. Muitos europeus acreditam que suas vidas estão ameaçadas. “Os alemães (ou franceses, suecos, italianos) estão se extinguindo”, ouve-se. Sabidamente os imigrantes mais bem qualificados encontram menos barreiras. O astrofísico indiano, o famoso arquiteto chinês, o negro africano ganhador do prêmio Nobel são todos bem-vindos a qualquer lugar do mundo. Afinal, os ricos jamais são mencionados nesse contexto; ninguém questiona sua liberdade de movimento. Para um empresário de Hong Kong, adquirir um passaporte britânico não constitui um problema. A cidadania suíça também é, para imigrantes de qualquer origem, apenas uma questão de preço. Os estrangeiros são mais estrangeiros quando são pobres.
A Alemanha é um país que deve sua população atual a gigantescos movimentos migratórios. Desde os tempos remotos tem havido uma troca constante de grupos populacionais, pelas mais diversas razões. Os alemães, assim como os austríacos e outros, são uns povos bastante diversificados. O fato de as ideologias raciais ganharem credibilidade justamente ali pode ser visto como uma espécie de compensação para amparar uma identidade nacional particularmente frágil. A idéia de “raça ariana” ou alemã nunca passou de uma construção risível. É espantoso que uma população assim possa ser vítima do atual pavor – e racismo – diante do imigrante. É como se os alemães tivessem a mesma atitude mencionada no exemplo da cabine do trem. Eles são na verdade os recém-chegados que, tendo já garantido seu próprio assento, insistem em desfrutar dos pretensos direitos daqueles que sempre estiveram lá e se incomodam com a vinda de novos recém-chegados.
A xenofobia, a aversão pelo estrangeiro, evidentemente não é um problema exclusivamente alemão. Por toda a Europa, e até no Japão, assiste-se à multiplicação de grupos racistas. A questão básica é: Quantos imigrantes um país é capaz de acolher? Na realidade, os conflitos inevitáveis que emergem com a migração em grande escala intensificam-se quando existe desemprego em massa.
Em épocas de pleno emprego, que provavelmente nunca mais retornarão, milhões de trabalhadores estrangeiros foram recrutados. Dez milhões de imigrantes foram do México para os Estados Unidos, 3 milhões da África do Norte para a rança, 5 milhões para a Alemanha, incluindo aqui cerca de 2 milhões de turcos... Nesse momento, a imigração não foi apenas tolerada, mas incentivada.
Essa atitude mudou quando aumentou o desemprego. Por longo tempo os recém-chegados mostraram-se ávidos por adaptar-se. Eles aceitaram as normas escritas e os costumes da sociedade que os acolheu, mesmo continuando em parte aferrados às suas tradições culturais e religiosas. Hoje em dia essa atitude está mudando.
A pobreza e a discriminação induzem cada vez mais os imigrantes, legais ou clandestinos, a insistirem na sua “identidade”. Porta-vozes ativistas fazem reivindicações de separatismo. Por vezes as palavras de ordem do grupo recaem nas idéias de uma “nação negra”, uma “nação islâmica” e assim por diante. Mesmo que a disposição dos imigrantes para a integração esteja diminuindo, não são eles os provocadores, mas, ao contrário, são os chamados nativos. Se ao menos os “nativos” fossem somente os skinheads ou os neonazistas! Mas essas gangues representam unicamente a parcela violenta que se arrogou o posto de vanguarda da xenofobia. A meta da integração ainda não foi aceita por boa parte da população européia.
Para eliminar as causas das migrações internacionais seria necessário reduzir drasticamente as diferenças entre os países ricos e os pobres. Mas isso parece estar além das possibilidades atuais. Outra questão é preservar as condições mínimas para uma verdadeira civilização democrática: que toda pessoa possa escrever ou dizer em voz alta o que pensa do governo, do país ou de Deus, sem ser presa nem ameaçada de morte; que as desavenças sejam resolvidas no tribunal e não com uma rixa entre grupos; que as mulheres possam movimentar-se livremente e não sejam obrigadas a vender-se ou ser circuncidadas; que toda pessoa possa atravessar a rua sem ser metralhada no tiroteio de uma soldadesca turbulenta. Na história da humanidade, essas condições mínimas foram apenas excepcionalmente e em caráter temporário alcançadas. Todos aqueles que desejam preserva-las de ameaças externas se defrontam com um dilema: quanto mais ferozmente uma sociedade se defende e ergue barreiras à sua volta, menos, no final, sobra para defender. E, quanto aos bárbaros, não precisamos esperá-los nos portões. Eles sempre já estão entre nós.

Questões:

1. O que é xenofobia?

2. O que o autor quis dizer com sua frase final: “Quanto aos bárbaros, não precisamos esperá-los nos portões. Eles sempre já estão entre nós”?
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NATUREZA EM ALERTA - Olimpíada da Geografia

As encostas vêm abaixo e as cidades alagam, devastadas por chuvas torrenciais, porque sofrem a ação descuidada do homem. Isso ressalta a importância de construir uma casa que siga a legislação e seja sustentável e segura
Bruno Versolatto

Revista Arquitetura & Construção – 03/2010

As chuvas que castigaram o Sul e o Sudeste do país neste verão foram diferentes das de anos anteriores: eventos extremos, Segundo o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (IPCC). Em Angra dos Reis, RJ, mediram-se mais de 430 mm em três dias. Isso significa despejar 430 litros de água por m2 de terra. Cunha, SP, outra cidade solapada nesta temporada, recebeu 183 mm num só dia. “Se as chuvas se confirmarem mais fortes nos próximos anos, teremos um desafio para a engenharia e os legisladores.
Muita coisa vai ter de mudar”, diz Maria Lucia Refinetti Martins, arquiteta e urbanista da Universidade de São Paulo (USP). “A verdade é que vamos precisar de alguns anos para entender o que aconteceu nesse período”, afirma Luis Fernando Pesqueiro, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais(Inpe), com sede em São José dos Campos, SP. Ele se refere aos ciclos de 30 anos em que se define um novo padrão climatológico (usado depois para redimensionar calhas e galerias de água pluvial, por exemplo). “Todas as décadas apresentam alguns verões problemáticos.
Não dá para alterar regras a todo momento”, fala Luis Fernando. Para além das discussões sobre clima, a questão diz respeito à vontade política de fazer valer o uso adequado do solo. “Em todos os casos de tragédia, vemos um vetor: a ocupação irregular.
As regras para isso precisam ser mais rígidas e, eventualmente, áreas de risco e de várzea devem ser desocupadas”, defende Fernando Almeida, engenheiro licenciado do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe),do Rio de Janeiro. Se as prefeituras acham difícil legislar sobre a ocupação do próprio solo, elas vão ainda mais longe quando deixam de cumprir leis federais valorosas para disciplinar a ocupação e a ordenação do município.

Talude: Desnível com segurança

A capital paulista, aliás, é outro caso flagrante de desatenção às leis vigentes. Durante a implantação do projeto para ampliar a calha do rio Tietê, concluído em 2006, verificou-se que a vazão prevista ao fim da obra já não daria conta. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que, em 15 anos, a cidade havia crescido além do planejado. “Surgiram loteamentos que não respeitam os conceitos básicos de ocupação do solo”, explica Júlio César Cerqueira César, professor aposentado de hidráulica da Escola Politécnica da USP e consultor em engenharia. O problema se avoluma, considerando-se o que ocorre em pequena escala: aqui e ali despontam casas que driblam as leis e sua fiscalização, ‘roubam’ metros de recuo, pavimentam em excesso, retiram árvores.
A cada ano, a impermeabilização crescente da cidade faz com que qualquer chuva chegue rapidamente aos cursos de água, que, assoreados, transbordam. O resultado é um conjunto urbano impraticável e, muitas vezes, inseguro. Enquanto isso, arquitetos do mundo todo adaptam seus projetos. “Estamos discutindo quanto os oceanos vão subir e como as chuvas vão se comportar”, diz Stephen Schneider, professor de estudos ambientais da universidade americana de Stanford. Na cidade de Nova Orleans, as casas estão sendo erguidas a 1,20 m do chão, a salvo de enchentes. Por aqui, a ação do Estado pode e deve se somar a pequenos gestos: cada um tem de cuidar bem da sua cidade, dar destino certo ao lixo e garantir que sua moradia cumpra a legislação e seja ambientalmente correta e segura.

Veja por onde começar:

A COMPRA DO TERRENO

- “O ideal é eleger quatro ou cinco lotes e levar um engenheiro de confiança para escolher o melhor”, orienta José Augusto Vianna, presidente do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP). Vale também conversar com vizinhos (bata à porta da casa mais nova, que provavelmente encontrou o solo em condição parecida com a atual) para descobrir se a rua alaga, se o esgoto volta quando chove muito e se houve dificuldade com as fundações. Saber isso é útil para decidir a compra e, depois, o projeto.
- Definido o lote, encomende uma análise de solo. “A sondagem custa cerca de R$ 100”, estima o arquiteto paulista Marcio Moraes. Nesse procedimento são analisadas amostras das diversas camadas de solo, da mais superficial à mais profunda. “Esses dados são fundamentais, servem de base para um projeto seguro”, diz ele. A sondagem também irá determinar se o terreno, caso seja muito úmido, precisa de drenagem lateral e vertical “Em lotes úmidos, deve-se adotar um sistema que escoe a água do solo para a rede de águas pluviais da cidade ou a destinação indicada no projeto”, completa Marcio. Há diversas opções, mas a avaliação compete a um especialista e deve ser feita caso a caso.
- A advogada paulista Daniela Libório, especialista em direito urbanístico, chama a atenção para o encaminhamento das águas. Quem vai comprar um lote em aclive, com vizinhos logo acima, deve verificar se eles providenciaram corretamente a captação e o encaminhamento das águas pluviais e do esgoto - que podem encharcar o quintal ou até desagregar camadas mais fundas do solo.
- Num loteamento, a checagem aumenta.“Para quem está de olho em um condomínio fechado, recomendo uma visita à prefeitura, para saber se o que está sendo vendido realmente existe, ao Ministério Público e ao Fórum – para checar se não há processos de ex-proprietários descontentes ou passivos ambientais”, relaciona Daniela. Esse tipo de busca pode revelar lotes em situação irregular, em várzeas, contaminados...

Muro de arrimo em etapas

CONSTRUÇÃO: DIÁLOGO COM O TERRENO

- Sobre a melhor forma de fazer uma casa em momento de clima tão extremo, a arquiteta e urbanista Maria Lucia é categórica: a obra precisa conversar com o terreno. “Parece que só existe um jeito de construir no país: cortar o terreno, fazer um platô e erguer em cima”, critica Ricardo Vasconcelos, arquiteto e professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Para ele, esse recurso é a última opção. “Uma casa erguida num lote inclinado deve ser elevada por pilastras. Só a fundação precisa tocar o solo”, diz Ricardo. Caso a declividade seja baixa, o projeto pode ser feito em escadinha. Vale lembrar que a legislação não permite construir em áreas de inclinação maior que 45 graus – Santos, SP, restringiu esse número para 30. “O código civil estabelece esses limites para evitar riscos”, diz Daniela Libório. “Em terrenos inclinados, a recomendação é que o vizinho de cima construa a pelo menos 5 m da beira do talude e o de baixo, a 10 m.” Apesar disso, cada condomínio ou cidade estipula o que é adequado ao local. E essas medidas ainda variam conforme o imóvel, o solo e a fundação – só um arquiteto ou um engenheiro podem avaliar o caso.
- O que ocorre, na prática, é que muitas pessoas optam por fazer pequenas movimentações de terra. “A encosta é estável até ter seu desenho alterado pelo homem. Se isso ocorrer sem critério, a natureza força um redesenho do morro, o que pode gerar, por exemplo, deslizamentos”, alerta Marcio Moraes. Isso sem falar do efeito cascata: uma má decisão do vizinho pode impactar casas próximas, uma cidade mal planejada pode castigar áreas imensas. Essa é a razão pela qual muitos especialistas torcem o nariz para cortes e muros de arrimo. Para quem precisa desses recursos, porém, a professora de engenharia civil Mércia Bottura de Barros, da Escola Politécnica da USP, avalia que as contenções com até 2 m são obras simples – mas devem ser realizadas por equipe especializada. “Um bom arrimo deve levar em conta o tipo de solo e também o que há em cima, como cursos de água e a carga a que o terreno é submetido no topo.” Ou pode colapsar. “Existem especialistas em solo, geotécnica, fundações. Contratá-los pode não ser barato, mas é imprescindível”, endossa Marcio.

VOCE CONHEÇE AS MICROBACIAS FLUVIAIS?

Em cidades cada vez maiores e mais cimentadas, é raro encontrar quem saiba da presença de pequenos rios. Afinal, muitos estão canalizados ou aterrados. Mas entender por onde passa (ou passava) a rede de córregos na sua região, bairro ou município é extremamente importante.
“Os topógrafos costumam ter as cartas que detalham as microbacias”, diz o arquiteto paulista Ricardo Vasconcelos. Consultá-las é um recurso valioso. Isso porque há locais onde os cursos de água foram cobertos muitos anos atrás, mas, quando chove, eles voltam à ativa.
A água tende a escoar por onde é mais fácil – exatamente esse conjunto de antigos vasos fluviais. Mais do que uma cena idílica, esse fenômeno pode causar problemas a quem vive no local ou está interessado em construir ali. “Numa rua do Jardim Paulista, bairro nobre de São Paulo, havia um curso de água, hoje aterrado. Quando chove muito, as ruas próximas conduzem a água em sua direção, e tudo se acumula numa pracinha. Os carros saem boiando”, exemplifica Ricardo. “O lote pode ser ótimo, assim como a localização, mas há que considerar esse fator”, alerta o profissional.

DE OLHO NO FUTURO: CASAS MAIS VERDES

Além de desenhar uma construção que respeite o terreno, há uma série de medidas que podem ser incorporadas ao projeto (de construção ou reforma) e colaboram bastante com o meio ambiente. Especialistas recomendam que, independentemente da técnica construtiva, se faça da moradia uma espécie de esponja temporária para as águas da chuva. “Quanto mais demorar para que elas cheguem ao leito de um rio, melhor para a cidade”, diz Maria Lucia Refinetti Martins. “Em São Paulo,costuma-se cimentar o quintal. Isso só aumenta a impermeabilidade”, afirma. Outras medidas sustentáveis compreendem adotar pisos drenantes (que deixam a água penetrar) ou do tipo pisograma (de cimento, com cavidades para o plantio) nas áreas externas – em que é permitido pavimentar.
Considere instalar uma cobertura verde (feita com substrato e vegetação) sobre a laje ou sobre o telhado. Existem kits próprios para isso vendidos prontos, além de soluções personalizadas que podem ser encomendadas a um arquiteto. Vale lembrar que esse mesmo recurso ainda pode ser associado a algum sistema de captação de água da chuva – armazenada em uma cisterna (espécie de piscininha) e reutilizada em descargas e na lavagem de pisos e carros, ou liberada, depois, à rede pública. A reportagem da página 58 traz um exemplo disso. Outra recomendação diz respeito às plantas. Jardineiras nas janelas ajudam a absorver água, árvores no jardim – de pequeno porte e sem raízes agressivas (como várias frutíferas) –, idem.