domingo, 15 de agosto de 2010

O Índígena - Olimpíada de Geografia

A classificação como indígenas foi imposta pelos colonizadores, que se consideravam superiores, no processo de conquista da terra e daí o extermínio dessas populações. Embora falem línguas diferentes e cultivem hábitos diversos, hoje não lhes resta alternativa senão se identificarem como indígenas, firmar características comuns e as diferenças que os separam dos “civilizados.” Esse reconhecimento mútuo é a única forma de se unirem e agirem como uma “minoria étnica” no conjunto do país, reivindicando certos direitos.
O número atual de indígenas no Brasil situa-se por volta de 320 mil. À maior parte está concentrada na Amazônia, embora existam no Nordeste e no Centro-Sul. Comparando-se o número de indígenas no território brasileiro à época do “descobrimento” e hoje, observa-se uma enorme diminuição populacional, um verdadeiro extermínio. A ocupação da terra foi feita à custa das sociedades indígenas que nelas habitavam que foram sendo expulsas ou dizimadas no decorrer dos últimos séculos.
Os principais fatores de extinção dos grupos indígenas são a morte em conflito com os “civilizados” e, sobretudo, os óbitos provocados por doenças até então desconhecidas por eles.

O significado de etnocídio

As nações indígenas vêm sendo exterminadas desde a colonização do continente americano pelos europeus; inúmeras sociedades pré-colombianas já desapareceram completamente.
América do Norte esse processo de ocupação da terra pela chamada civilização ocidental, e o conseqüente extermínio dos ameríndios, já chegou ao fim: praticamente não existem mais áreas “virgens” ou ainda não ocupadas, e a população indígena que ainda resta está integrada ou confinada nas reservas.
Na América do Sul, por sua vez, ainda existem áreas a ser exploradas na Amazônia, restando alguns grupos indígenas que não foram integrados ou exterminados.
Há alguns anos, criou-se até um termo novo – etnocídio – para designar esse processo de extermínio que ocorre com os indígenas na América do Sul. Na verdade refere-se não apenas à destruição cultural mas também à destruição física.
O grande problema do índio no Brasil é a terra. Os índios foram perdendo suas terras ao longo do tempo. Em 1973 o governo brasileiro criou o Estatuto do Índio e se comprometeu a demarcar todas as terras indígenas do país num prazo de cinco anos. Os anos se passaram e pouco foi feito.
Os indígenas enfrentam vários invasores de suas terras: as madeireiras, os fazendeiros, os camponeses e garimpeiros. Os índios reagem e tentam expulsar os invasores, o que dá origem a matanças de ambos os lados.
Há uma contradição no Estatuto do índio, pois objetiva duas coisas opostas: uma, integrar o índio na sociedade brasileira, o que significa transformá-lo em “cidadão” e fazê-lo aprender o português e o trabalho para a economia nacional; outra, preservar seus costumes, sua cultura, sua identidade étnica. Fazer uma das duas implica negar a outra.

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