quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Oriente Médio - 3ª série


Poucos lugares no mundo ocupam tanto espaço na mídia falada e escrita como o Oriente Médio, onde estão situados Israel e a região da Palestina.

Uma localização estratégica.

O Sudoeste da Ásia ou Oriente Médio está estrategicamente localizado entre os três continentes que compõem o Velho Mundo: Europa, Ásia e África. A região é ponto de passagem entre o Leste e o Sudeste da Ásia e a bacia do Mediterrâneo, que a coloca em contato com o mundo ocidental.
Após o término da construção do canal de Suez, em 1869, em 1869, que concretizou a ligação entre o mar Vermelho e o mar Mediterrâneo, passa pelo Oriente Médio rotas de comércio provenientes do sul e do Sudeste da Ásia, do Extremo Oriente e da Oceania, em direção aos portos europeus. Por outro lado, os países do Oriente Médio são uns pontos de partida das principais linhas do comércio internacional de petróleo, uma vez que os maiores produtores dessa fonte de energia encontram-se nessa região.
Além da importância econômica, esses pontos de passagem são quase sempre focos de tensão geopolítica, em razão dos inúmeros conflitos que fazem a região ser conhecida como “barril de pólvora”.
O Egito localizado na África do Norte, sempre esteve ligado aos conflitos do Oriente Médio, por fazer parte do mundo árabe e possuir uma pequena faixa em terras asiáticas: a península do Sinai.
Na península Arábica estão abrigados países produtores de petróleo, entre os quais se destaca a Arábia Saudita, que pode ser considerada uma potência regional. Em geral, são países que se caracterizam por possuir governos pouco democráticos e enorme diferença na distribuição de renda entre sua população.
Em relação aos países da Mesopotâmia, que significa entre rios, é uma região localizada predominantemente entre os rios Tigre e Eufrates. Área de ocupação muito antiga foi o berço de civilizações como a dos assírios, dos caldeus e dos babilônios. Consideraremos nessa região a Síria e o Iraque.
A Síria situada no litoral mediterrâneo é beneficiada por uma posição geográfica favorável, uma vez que é ponto de passagem entre esse mar e outros países do Oriente Médio, como Iraque, Irã e outros.
O Iraque é um país rico em petróleo.
A Turquia divide-se entre a Europa e a Ásia de Sudoeste, sendo a maior parte de seu território nesse continente. Na geopolítica atual, a Turquia está mais próxima da Europa, fazendo parte da OTAN e com pretensões de ingressar na União Europeia. É considerado um país emergente.
Jordânia é um país fechado para o mar, não possui petróleo e vive na dependência da geopolítica regional.
No litoral do Mediterrâneo destacam-se Chipre, Líbano e Palestina. O Líbano é caracterizado por uma enorme variedade étnico religiosa, o que já custou ao país uma guerra civil de vinte anos. Na região da Palestina está o Estado de Israel, que disputa com os árabes a posse da região. Por fim, outros dois países são muito importantes para a geopolítica local:

• Irã - Antiga Pérsia e a primeira República Islâmica do mundo. Os radicais islâmicos só voltaram ao poder em 1979, quando uma revolução islâmica derrubou o governo do xá Reza Pahlevi, que, apoiado pelos EUA, procurou instalar um regime com características ocidentais no Irã.
O líder da revolução, aiatolá Khomeini, declarou o país uma República Islâmica, a si mesmo como autoridade suprema e os EUA como o grande inimigo, por ter apoiado a sangrenta ditadura do Xá.
Como uma teocracia, o Irã é regido por leis religiosas, baseadas no livro sagrado do Corão. As Forças Armadas, a polícia e os serviços de segurança são controlados pelo chefe espiritual, que tem o título de aiatolá. A imprensa é vigiada e bebidas alcoólicas são proibidas. As mulheres são obrigadas a usar um véu cobrindo o rosto, mas no Irã podem trabalhar e ocupar cargos políticos.
A importância do Irã vem de sua posição estratégica no Oriente Médio e por suas reservas de petróleo.
O Presidente do país em 2001, religioso mais liberal procura estabelecer um governo mais democrático.
Em 2004, o Irã foi apontado como provável dono de um importante arsenal nuclear, que inclui mísseis de longo alcance e ogivas nucleares.

• Afeganistão - Fica no Centro-Oeste da Ásia, em uma região estratégica, que faz fronteira com pontos problemáticos do mundo, como o Irã, o Paquistão e as ex-repúblicas soviéticas da Ásia central.


O Islã - Entre a Paz e o Terrorismo

“Cinco vezes ao dia para tudo no país. Até a globalização. São os momentos dedicados a Alá. O muçulmano ajoelha-se e reza”.
(Próxima Viagem, ago 2000, p. 70)

Essa frase sintetiza a devoção do fiel a Alá, nos países de religião muçulmana. O islamismo é a religião que mais cresce no mundo. Deve passar o cristianismo, hoje religião dominante. A maior concentração está na Ásia e na África, embora tenha se expandido muito na Europa, nos EUA e nas ex-repúblicas soviéticas.


ZERO HORA PORTO ALEGRE, 29 DE ABRIL DE 2004

Tailândia reprime revolta de militares islâmicos

Ao menos 112 pessoas, a maioria adolescentes, morreram nas províncias da região Sul, em um dos dias mais sangrentos do país.

Essas são as duas faces do Islã. De um lado, o terrorismo radical, que elegeu os EUA como a representação de todo o mal que existe no mundo ocidental; de outro, o islamismo, que prega respeito por outras crenças e se autoproclama a religião da paz.
Essa religião foi fundada no século VII, no mundo árabe, pelo profeta Maomé. Isso pode explicar por que o islamismo está sempre associado a essa etnia, embora países como o Irã (persa), a Turquia (turca), o Afeganistão (patenes e tajiques), o Paquistão (punjabis e sindis) e a Indonésia (javaneses e malaios), a maior nação islâmica do mundo, sigam essa religião, sendo considerados países muçulmanos.
O Islamismo está dividido em duas correntes distintas, que se formaram após a morte do fundador da religião. São os xiitas e os sunitas. Os sunitas compõem 90% dos islâmicos. Em muitos países, há rivalidades entre as correntes e, dentro delas, existem seguidores mais moderados e adeptos mais radicais.
Não podemos esquecer, no entanto, que extremistas existem em quase todas as religiões.

O Islã fundamentalista

Em 1924, Mustafá Kemal determinou a separação entre o Estado e a religião islâmica, criando a república da Turquia. Muitos adeptos do islamismo nunca se conformaram com essa situação, temendo que a modernidade dos costumes ocidentais contaminasse seu povo. Esses fiéis extremistas recebem o nome de fundamentalistas ou integristas islâmicos e, embora afastados da política, sempre agiram nos bastidores, como oposição ao governo. A prática de atos terroristas foi e tem sido a forma mais comum de manifestar essa oposição.

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