terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A RECENTE EXPANSÃO DA OBESIDADE - 2ª série (Millenium)

Pela primeira vez na história da humanidade, o número de pessoas obesas em todo o mundo é praticamente igual ou talvez até superior ao de pessoas subnutridas. A obesidade significa um excesso de gordura corpórea, uma situação na qual a pessoa está bastante acima do seu peso ideal. Ela aumenta bastante os riscos de contrair inúmeras doenças, como hipertensão arterial, diabetes, problemas cardiovasculares, alguns tipos de câncer, etc.; além disso, uma pessoa obesa possui, em média, uma expectativa de vida muito menor que um indivíduo no seu peso ideal.

A obesidade vem se expandindo rapidamente no mundo nas últimas décadas, e não apenas nos países desenvolvidos. Veja estes exemplos:

· No país mais populoso do mundo, a China, uma pesquisa realizada em 2003 revelou que a proporção de obesos já chegava a 15% da população total – percentagem, portanto, maior que os 11% de subnutridos -, com o agravante de que, enquanto a subnutrição tende a diminuir, a obesidade aumenta a cada ano;
· Nos EUA, talvez o caso mais sério no mundo, a porcentagem de obesos atinge mais de 30% da população. Na realidade, talvez atinja 50% da população, pois os norte-americanos adotam um critério menos rígido que os europeus para definir obesidade;
· Na Europa e até no Japão, a proporção de obesos já ultrapassa os 20% da população total;
· Aqui mesmo no Brasil, uma pesquisa do IBGE publicada em 2004 mostrou que estão acima do peso ideal mais de 38 milhões de brasileiros adultos – com mais de 19 anos de idade -, dos quais cerca de 10,5 milhões podem ser considerados obesos. Isso quer dizer que por volta de 11% da população adulta brasileira (95 milhões, no total) sofre de obesidade, proporção bem maior que os 4% da população que o IBGE considerou subnutridos.

As causas da obesidade são o consumo excessivo de alimentos e, principalmente, um estilo de vida e de alimentação pouco saudável, com o sedentarismo (insuficiência de atividade física) e um consumo exagerado de alimentos industrializados ou de fast-food.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou recentemente o termo globesidade, que seria uma espécie de epidemia de obesidade produzida pelas mudanças acarretadas com o avanço da globalização. Segundo essa organização, estaria ocorrendo nas últimas décadas uma “transição alimentar” com um consumo cada vez maior de gorduras saturadas.

Ao contrário do que se pensa, não são apenas os ricos ou a classe média que sofrem desse problema, mas também – e às vezes até mais – os pobres. Nos EUA, por exemplo, quanto menor o rendimento das famílias, geralmente é maior a percentagem de obesos.

No Brasil, na China e no Terceiro Mundo em geral, pelo menos por enquanto, ainda ocorre o contrário, ou seja, a obesidade atinge principalmente os ricos ou a classe média.

Nos países desenvolvidos, com a descoberta do problema, as populações com maiores recursos passam a dedicar uma parte do seu tempo a atividades físicas, além de controlarem um pouco mais a alimentação, enquanto as pessoas com menos recursos – que em geral também são menos informadas – estão descobrindo ou usufruindo o que algumas vezes é um novo estilo de vida: sentar-se à frente da televisão ou do computador alimentando-se de forma desregrada com frituras, sanduíches, pizzas, pipoca com manteiga, refrigerantes, doces e outras guloseimas.

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