terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Correntes ou Escolas e Princípios da Geografia.

Na tentativa de explicar o relacionamento do ser humano com o meio ambiente, os cientistas agruparam-se em escolas principais, as quais defendem diferentes concepções.
O positivismo influenciou a primeira corrente ou escola geográfica, o determinismo, que afirmava que o “homem é produto do meio”. Esta escola desenvolveu-se na Alemanha, com Ratzel, no século XIX..Ele estabeleceu as bases para a Geografia Humana. Desenvolveu o conceito de território e elaborou o conceito de “espaço vital”, no qual haveria uma relação entre uma determinada população e os recursos disponíveis em seu território. Assim, se o território se mostrasse insuficiente para suprir as necessidades dessa população, o progresso natural seria a apropriação de novos territórios. Na realidade, esta teoria justificava a expansão imperialista da época.
Em reação ao determinismo, a Escola Francesa, com Paul Vidal de La Blache, lançou o possibilismo que afirmava que as pessoas poderiam atuar no meio, modificando-o e determinando o seu desenvolvimento, ou seja, o meio natural oferece um conjunto de possibilidades, e sua utilização depende dos hábitos e das técnicas diferenciados e do desenvolvimento histórico de cada sociedade. O que diferenciaria as sociedades seriam os modos de produção diversificados. A circulação e o comércio permitiriam contatos e a difusão de técnicas e hábitos.
O mundo se modificou durante o século XX. O desenvolvimento de idéias, as duas Guerras Mundiais, o surgimento dos países socialistas e capitalistas e a revolução tecnológica são algumas dessas mudanças.
Assim aconteceu também no campo das idéias. Muitas correntes de pensamento geográficas se sucederam, procurando melhor definir essa ciência.
O desejo de fazer da Geografia um estudo mais científico, levou à doação da estatística e da matemática como recursos de apoio. A chamada Geografia Quantitativa propunha a criação de modelos e fórmulas matemáticas para melhor explicar os fenômenos. Ela foi muito criticada porque seus modelos não poderiam levar em conta todos os aspectos da realidade, sendo insuficientes para explica-la; além do mais, ela não se preocupava com a resolução dos problemas sociais.
A segunda metade do século XX foi marcada por revoluções, confrontos, movimentos de libertação e questionamentos do sistema mundial de dominação. A gritante desigualdade na distribuição da riqueza pelos países do mundo e no interior deles, o atraso econômico em que vivem diversas nações subdesenvolvidas do planeta foram fatos analisados historicamente e relacionados com os conflitos que ocorriam no interior das classes sociais e com a dominação colonialista.
Yves Lacoste, em seu livro “A Geografia – Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra”, faz uma crítica à Geografia tradicional, dizendo que ela sempre existiu a serviço da dominação e do poder.
Outros geógrafos, como Pierre George, passaram a questionar o papel assumido até então pela Geografia Tradicional: o de explicação e justificação das ideologias dominantes. Surgiram correntes críticas mais comprometidas com mudanças e propostas de transformações sociais, que passam a propor uma Geografia mais atuante, que possa oferecer instrumentos para a compreensão e a intervenção na realidade social. É a chamada Geografia Marxista ou Crítica.
O centro das preocupações passa a ser as relações entre a sociedade, o trabalho e a natureza, na apropriação dos recursos e na produção de espaços diferenciados. A Geografia assume um caráter politizador e de denúncias.
Hoje, a Geografia se propõe muito mais do que somente descrever paisagens e passa por um processo de renovação.

A Geografia, como ciência tem princípios, que são:
·         Causalidade – Elaborado por Alexandre Humboldt, que imbuído das idéias positivistas afirmava que a Geografia não deveria especular à origem dos fenômenos, apenas observar e procurar as causas e examinar as conseqüências dos fatos observados, ou seja, explicar o porquê dos fenômenos geográficos.
·         Analogia - Segundo Karl Ritter e Paul Vidal de La Blache a Geografia deve comparar o fato, retirando dessa observação as diferenças e semelhanças existentes.
·         Extensão - Para Friedrich Ratzel, a Geografia deve delimitar o fato, estudando-o e localizando-o na superfície terrestre.
·         Conexidade ou Interação - Para Jean Brunhes, os fatos geográficos não estão isolados.
·         Atividade - Também de Brunhes, pois ele comprovou terem os fatos geográficos um caráter dinâmico e mutável.



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