segunda-feira, 14 de março de 2011

Guerra do Canal de Suez (1956) - 3º ano (Millenium)

Em 1953, o General Gamal Abdel Nasser sobe ao poder no Egito e apresenta seu projeto unificador do povo árabe (pan-arabismo) e sua política nacionalista.
Mesmo que, sublinearmente, o pan-arabismo ratificava a oposição árabe ao Estado de Israel - sob a liderança de Nasser, os árabes enxergam a união contra o inimigo comum de seu povo. Em tempos de guerra fria, com Israel pertencente a área de influência dos EUA, Nasser, inimigo de Israel e, portanto, também dos EUA, inaugura um período de cooperação militar entre o Egito e a URSS.
Colocando em prática seu projeto nacionalista, o presidente do Egito anuncia, em 1956, a nacionalização da Companhia Universal do Canal de Suez, que une o Mar Vermelho ao Mar Mediterrâneo (rota tradicional do petróleo), cujos controladores são França e Inglaterra (potências decadentes na Guerra Fria).
A atitude nasserista provocou a organização clandestina de uma ação anglo-francesa e israelense - Israel pretende uma ação militar que enfraqueça o Egito e previna uma política opositora mais direta.
A estratégia dos três países contra o Egito prevê um ataque inicial de Israel no Sinai (território egípcio) combinado com um ultimato anglo-francês, que exige a retirada das tropas israelenses das terras do Egito, ou seja, ingleses e franceses ameaçam Israel de invadir o Egito, seu inimigo.
Dia 29 de outubro os israelenses invadem o Sinai, dia 30, chega o ultimato anglo-francês, seguido de um bombardeio, no dia seguinte, contra Port Said (entrada do Canal ) e contra o Cairo.
A vitória militar anglo-franco-israelense, porém, transforma-se em derrota diplomática. Em 4 de novembro, a aliada do Egito, URSS, envia mensagens aos ingleses, franceses e israelenses, ameaçando, sutilmente, disparar mísseis estratégicos sobre Londres e Paris, caso a humilhação aos árabes continuasse. Mais que depressa, as antigas potências colonialistas pedem a ajuda norte-americana. Os EUA exigem da Inglaterra a retirada das tropas do canal. França e Inglaterra suspendem as ofensivas e se retiram. Nasser nacionaliza o Canal de Suez e se transforma no maior líder do Terceiro Mundo e no único líder árabe, até os nossos dias.

Nenhum comentário:

Postar um comentário