(Luxemburgo), (Itália), (Alemanha), (Bélgica),
(França) (Holanda) - Europa dos 6
Os países fundadores da União Europeia afirmaram neste sábado (25/06)
seu desejo por uma negociação rápida para a saída do Reino Unido, depois de 52%
dos britânicos votarem pelo fim da permanência no bloco no plebiscito de
quinta-feira.
Em uma reunião de emergência de ministros das Relações Exteriores,
realizada em Berlim, o representante alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que
as negociações precisam começar "o mais rápido possível".
A pressão da UE vai contra a agenda britânica: na quinta-feira, o premiê
David Cameron, que fez campanha pela permanência no bloco, anunciou que deixará
o cargo até outubro e que o processo de saída será conduzido por seu sucessor.
Mesmo lideranças pró-saída, como o ex-prefeito de Londres, Boris
Johnson, disseram não haver pressa para as conversas.
No entanto, o ministro francês das Relacões Exteriores, Jean-Marc
Ayrault, foi veemente ao afirmar que Londres precisa acionar imediatamente a
Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que rege o processo de saída de um país da
UE.
"O povo britânico expressou sua vontade (nas urnas). Não queremos
brincadeiras", disse Ayrault, ao final da reunião, de que participaram
França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Itália e Holanda, os países signatários
do Tratado de Roma, que em 1957 marcou o início do processo de união política e
econômica europeia.
Steinmeier disse que a ruptura britânica não pode ser um obstáculo para a
estabilidade da UE.
"Estamos aqui para dizer que esse processo precisa começar logo,
para que não fiquemos no limbo".
Em entrevista à mídia alemã, o presidente da Comissão Europeia,
Jean-Claude Juncker, também foi taxativo ao dizer que não espera um "divórcio
amigável" com os britânicos.
"Não faz sentido esperar até outubro para negociar os termos de
saída, pois os britânicos já decidiram que querem ir embora. De qaulquer
maneira, nunca estivemos em um caso de amor profundo", declarou Juncker.
A pressa se justifica principalmente pelo temor em Bruxelas de que o
resultado do plebiscito britânico ecoe por ainda mais tempo se o bloco de 28
nações mostrar leniência diante da inédita partida de um integrante.
Em países como a própria França, partidos "eurocéticos"
aproveitaram o "não" vindo do outro lado do Canal da Mancha para
exigir o mesmo tipo de consulta popular de seus governos.
A UE também promete dureza com Londres para evitar uma situação em que
os britânicos consigam uma barganha político-econômica (permanência no mercado
comum com maior controle de imigração, por exemplo) que possa despertar a
cobiça de outros países-membros.
Na reunião de emergência, em Berlim, os ministros não se pronunciaram
sobre outro problema criado pelos britânicos: uma possível nova tentativa de
independência por parte da Escócia, em que a votação pró-EU passou de 60%.
Neste sábado, a líder do governo escocês, Nicola Sturgeon, anunciou que
o país quer conversas imediatas com Bruxelas para "proteger o lugar da
Escócia na UE".
Um dia antes, Sturgeon afirmara ter dado o pontapé inicial em estudos
para a realização de um segundo plebiscito de independência escocesa - em 2014,
55% dos escoceses votaram pela permanência no Reino Unido.
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