segunda-feira, 27 de junho de 2016
sábado, 25 de junho de 2016
União Europeia
A União Europeia é uma união econômica e política de 28 Estados-membros independentes situados principalmente na Europa.
Croácia entrou em 2013
O Euro tem livre circulação em 17 países, esta área é chamada de Zona do Euro e seus membros são: Portugal, Alemanha, Áustria, Chipre, Bélgica, Países Baixos (Holanda), Espanha, Eslováquia, Eslovênia, Grécia, França, Finlândia, Estônia, República da Irlanda, Itália, Luxemburgo e Malta.
Brexit e o nacionalismo
Fonte: GGN
FÁBIO DE OLIVEIRA RIBEIRO SAB, 25/06/2016 - 08:30
O nacionalismo é um
fenômeno antigo, mas passou por diversas evoluções ao longo da história. No mundo antigo, a nação era a
cidade. Os cidadãos de Atenas usavam a mesma língua que os de Esparta,
mas uns e outros nunca chegaram a se considerar pertencentes à uma mesma nação
grega. Mesmo quando se uniam para combater o inimigo comum persa, atenienses e
espartanos continuavam a devotar sua lealdade apenas à suas respectivas
cidades. O mesmo fenômeno ocorria na Itália antes de Roma começar a se expandir
e a remodelar o cenário cívico.
Durante o Império Romano, o nacionalismo que opunha
o romano ao bárbaro era fundamentalmente político. A aquisição da cidadania
romana não dependia do nascimento em Roma. De fato, imperadores romanos
importantes nasceram na Espanha (Trajano e Adriano), na África Proconsular,
atual Líbia, (Sétimo Severo, que nem mesmo tinha antepassados romanos) e na
França (Caracala).
O fim do Império Romano produziu intensa
desorganização política na Europa. Após um longo período de guerras entre povos
bárbaros e povos mais ou menos romanizados começou a surgir um novo tipo de
nacionalismo baseado nas etnias que ocupavam extensas áreas territoriais. Em
seus estágios iniciais, porém, o nacionalismo étnico (que é muito distinto do
nacionalismo político) não tinha as mesmas características que viria a ter nos
séculos XIX e no século XX.
As primeiras cogitações científicas que originaram
a moderna perversão nacionalista ocorreram na Inglaterra e na França durante o
século XIX. As teorias de Thomas Buckle, Luis Agassiz e Arthur Gobineau
justificaram a colonização e intensa exploração da África e da Ásia por
ingleses e franceses. Nos EUA, o racismo científico foi empregado para consolidar
o regime de
separação política entre brancos e índios/negros que vigorou com maior ou menor
intensidade da Guerra Civil norte-americana até os anos 1960. O “saudável
regime” norte-americano influenciou Hitler, que o elogiou muito no seu
famigerado livro Mein Kampf.
A Alemanha Nazista não foi, portanto, um fenômeno
isolado e sim o aperfeiçoamento pervertido da perversão inventada por Thomas
Buckle, Luis Agassiz e Arthur Gobineau. Franceses e ingleses acreditavam que
eram superiores aos africanos e asiáticos. Os nazistas acreditaram que os
alemães eram superiores aos demais povos europeus. França e Inglaterra usaram
violência e crueldade para colonizar e explorar a África e a Ásia. O III Reich
resolveu usar brutalidade ainda maior para colonizar e explorar a Europa e a
União Soviética. Leopoldo II, Rei da Bélgica, comandou o holocausto no Congo.
Hitler o imitou ao produzir o holocausto dos judeus europeus.
O nacionalismo soviético (político) confrontou e
derrotou o nacionalismo nazista (racial). Ao fim da II Guerra Mundial,
franceses, ingleses e norte-americanos foram obrigados a começar a se desligar
das teorias raciais que originaram o nazismo. Os acordos comerciais entre
França e Alemanha foram o embrião do Mercado Comum Europeu e da União Europeia.
Nos EUA a luta pelos direitos civis dos negros perduraria até os anos 1960.
Apesar da eleição e posse de um presidente negro (Barack Obama), em vários
Estados dos EUA as comunidades negras reclamam, com razão, das agressões e
assassinatos cometidos por policiais brancos e racistas.
A saída do Reino Unido da União Europeia deve ser
avaliada com a devida contextualização histórica e julgada com cuidado. A
decisão foi apertada e não equivale ao renascimento do nacionalismo imperial e
racista que existia no centro do Império Britânico durante o século XIX. Quase
metade da população britânica votou em favor da permanência na UE; os racistas
extremistas são uma minoria dentro da maioria apertada que deu vitória ao
#Brexit. A percepção que parece ter prevalecido é a seguinte: pertencer a UE
estava produzindo mais problemas sociais do que benefícios econômicos para os
cidadãos do Reino Unido.
“It’s the economy, stupid” dizia Bill Clinton
quando era candidato a presidência dos EUA. “It’s the neoliberalism, moron”
podemos dizer em relação ao que ocorreu esta semana. O principal conflito que
produziu a fragmentação da UE não é entre imigrantes e nacionais/nacionalistas,
mas entre o povo do mercado e o povo do Estado. A predominância das finanças e
dos financistas sobre a política é um fenômeno terrível, pois acarreta
desemprego, reduções de salários e direitos, revogação de benefícios
previdenciários, pobreza e fome provocando intensa concentração de renda.
O mercado não tem nação. Aqueles que dele se
beneficiam não querem ter quaisquer compromissos nacionais. No neoliberalismo,
os vencedores (que são sempre os mesmos) cuidam apenas dos próprios interesses:
ganhar sempre mais dinheiro num menor período de tempo pagando menos impostos.
As modernas nações políticas (que sucederam as nações raciais) seguem, contudo,
sendo as únicas destinatárias do amor e das esperanças daqueles que foram
excluídos dos benefícios do crescimento econômico.
Ingleses, franceses, alemães, portugueses,
espanhóis, gregos, belgas, norte-americanos, brasileiros etc... querem apenas
uma coisa: ter um padrão de vida razoável. Eles não querem uma nova guerra
mundial. É a predominância política da lógica do mercado, que pressupõe uma
guerra permanente entre ricos e pobres, que pode acarretar a destruição da
humanidade. De fato, o povo do mercado não tem e não quer ter compromissos
nacionais, ele só acredita no lucro fácil, rápido e sem custo. Homens como
George Soros ganham dinheiro destruindo Estados nacionais.
O neoliberalismo fez exatamente isto: ele destruiu
os Estados nacionais, provocando a instabilidade social que levou a maioria dos
cidadãos do Reino Unido a querer sair da UE. O terremoto europeu - que apenas
começou - pode decretar o fim definitivo da era neoliberal. Isto será ruim sim,
mas apenas e principalmente para alguns financistas. Os lucros deles serão
menores, mas é evidente que eles não irão morrer de fome como as vítimas deles
tem morrido, inclusive na Europa.
A falência do nacionalismo político soviético
acarretou o renascimento e a explosão belicosa do nacionalismo étnico nos
Bálcãs. A balcanização da Europa (temor difundido pelos defensores da UE) é uma
falácia. A paz europeia foi construída pela união dos Estados nacionais
europeus, mas no princípio esta união era apenas comercial e preservava o
caráter nacional dos seus membros. Foi justamente a união monetária, o
crescimento da importância política da UE e a destruição dos Estados nacionais
europeus pelo neoliberalismo que deu origem ao conflito entre o povo do mercado
e os povos dos Estados europeus. E este conflito - e isto me parece bastante
evidente - não tem semelhança alguma com o conflito étnico que já existia entre
os povos balcânicos durante o período soviético. O povo do mercado não é uma
comunidade étnica e sim uma comunidade de interesses. The
concerns of the financiers were harmed, then what? Fuck them!
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"Países fundadores" da UE pressionam britânicos por saída rápida
Fonte: UOL
(Luxemburgo), (Itália), (Alemanha), (Bélgica),
(França) (Holanda) - Europa dos 6
Os países fundadores da União Europeia afirmaram neste sábado (25/06)
seu desejo por uma negociação rápida para a saída do Reino Unido, depois de 52%
dos britânicos votarem pelo fim da permanência no bloco no plebiscito de
quinta-feira.
Em uma reunião de emergência de ministros das Relações Exteriores,
realizada em Berlim, o representante alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse que
as negociações precisam começar "o mais rápido possível".
A pressão da UE vai contra a agenda britânica: na quinta-feira, o premiê
David Cameron, que fez campanha pela permanência no bloco, anunciou que deixará
o cargo até outubro e que o processo de saída será conduzido por seu sucessor.
Mesmo lideranças pró-saída, como o ex-prefeito de Londres, Boris
Johnson, disseram não haver pressa para as conversas.
No entanto, o ministro francês das Relacões Exteriores, Jean-Marc
Ayrault, foi veemente ao afirmar que Londres precisa acionar imediatamente a
Cláusula 50 do Tratado de Lisboa, que rege o processo de saída de um país da
UE.
"O povo britânico expressou sua vontade (nas urnas). Não queremos
brincadeiras", disse Ayrault, ao final da reunião, de que participaram
França, Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Itália e Holanda, os países signatários
do Tratado de Roma, que em 1957 marcou o início do processo de união política e
econômica europeia.
Steinmeier disse que a ruptura britânica não pode ser um obstáculo para a
estabilidade da UE.
"Estamos aqui para dizer que esse processo precisa começar logo,
para que não fiquemos no limbo".
Em entrevista à mídia alemã, o presidente da Comissão Europeia,
Jean-Claude Juncker, também foi taxativo ao dizer que não espera um "divórcio
amigável" com os britânicos.
"Não faz sentido esperar até outubro para negociar os termos de
saída, pois os britânicos já decidiram que querem ir embora. De qaulquer
maneira, nunca estivemos em um caso de amor profundo", declarou Juncker.
A pressa se justifica principalmente pelo temor em Bruxelas de que o
resultado do plebiscito britânico ecoe por ainda mais tempo se o bloco de 28
nações mostrar leniência diante da inédita partida de um integrante.
Em países como a própria França, partidos "eurocéticos"
aproveitaram o "não" vindo do outro lado do Canal da Mancha para
exigir o mesmo tipo de consulta popular de seus governos.
A UE também promete dureza com Londres para evitar uma situação em que
os britânicos consigam uma barganha político-econômica (permanência no mercado
comum com maior controle de imigração, por exemplo) que possa despertar a
cobiça de outros países-membros.
Na reunião de emergência, em Berlim, os ministros não se pronunciaram
sobre outro problema criado pelos britânicos: uma possível nova tentativa de
independência por parte da Escócia, em que a votação pró-EU passou de 60%.
Neste sábado, a líder do governo escocês, Nicola Sturgeon, anunciou que
o país quer conversas imediatas com Bruxelas para "proteger o lugar da
Escócia na UE".
Um dia antes, Sturgeon afirmara ter dado o pontapé inicial em estudos
para a realização de um segundo plebiscito de independência escocesa - em 2014,
55% dos escoceses votaram pela permanência no Reino Unido.
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