Na tentativa
de explicar o relacionamento do ser humano com o meio ambiente, os cientistas
agruparam-se em escolas principais, as quais defendem diferentes concepções.
O positivismo influenciou a primeira
corrente ou escola geográfica, o determinismo,
que afirmava que o “homem é produto do meio”. Esta escola desenvolveu-se na
Alemanha, com Ratzel, no século XIX..Ele estabeleceu as bases para a Geografia
Humana. Desenvolveu o conceito de território e elaborou o conceito de “espaço
vital”, no qual haveria uma relação entre uma determinada população e os
recursos disponíveis em seu território. Assim, se o território se mostrasse
insuficiente para suprir as necessidades dessa população, o progresso natural
seria a apropriação de novos territórios. Na realidade, esta teoria justificava
a expansão imperialista da época.
Em reação ao
determinismo, a Escola Francesa, com Paul Vidal de La Blache , lançou o possibilismo que afirmava que as
pessoas poderiam atuar no meio, modificando-o e determinando o seu
desenvolvimento, ou seja, o meio natural oferece um conjunto de possibilidades,
e sua utilização depende dos hábitos e das técnicas diferenciados e do desenvolvimento
histórico de cada sociedade. O que diferenciaria as sociedades seriam os modos
de produção diversificados. A circulação e o comércio permitiriam contatos e a
difusão de técnicas e hábitos.
O mundo se
modificou durante o século XX. O desenvolvimento de idéias, as duas Guerras
Mundiais, o surgimento dos países socialistas e capitalistas e a revolução
tecnológica são algumas dessas mudanças.
Assim
aconteceu também no campo das idéias. Muitas correntes de pensamento
geográficas se sucederam, procurando melhor definir essa ciência.
O desejo de
fazer da Geografia um estudo mais científico, levou à doação da estatística e
da matemática como recursos de apoio. A chamada Geografia Quantitativa propunha a criação de modelos e fórmulas
matemáticas para melhor explicar os fenômenos. Ela foi muito criticada porque
seus modelos não poderiam levar em conta todos os aspectos da realidade, sendo
insuficientes para explica-la; além do mais, ela não se preocupava com a
resolução dos problemas sociais.
A segunda
metade do século XX foi marcada por revoluções, confrontos, movimentos de
libertação e questionamentos do sistema mundial de dominação. A gritante
desigualdade na distribuição da riqueza pelos países do mundo e no interior
deles, o atraso econômico em que vivem diversas nações subdesenvolvidas do
planeta foram fatos analisados historicamente e relacionados com os conflitos
que ocorriam no interior das classes sociais e com a dominação colonialista.
Yves Lacoste,
em seu livro “A Geografia – Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a
guerra”, faz uma crítica à Geografia tradicional, dizendo que ela sempre
existiu a serviço da dominação e do poder.
Outros
geógrafos, como Pierre George, passaram a questionar o papel assumido até então
pela Geografia Tradicional: o de explicação e justificação das ideologias
dominantes. Surgiram correntes críticas mais comprometidas com mudanças e
propostas de transformações sociais, que passam a propor uma Geografia mais
atuante, que possa oferecer instrumentos para a compreensão e a intervenção na
realidade social. É a chamada Geografia
Marxista ou Crítica.
O centro das
preocupações passa a ser as relações entre a sociedade, o trabalho e a
natureza, na apropriação dos recursos e na produção de espaços diferenciados. A
Geografia assume um caráter politizador e de denúncias.
Hoje, a
Geografia se propõe muito mais do que somente descrever paisagens e passa por
um processo de renovação.
A Geografia, como ciência tem princípios, que são:
·
Causalidade
– Elaborado por Alexandre Humboldt, que imbuído das idéias positivistas
afirmava que a Geografia não deveria especular à origem dos fenômenos, apenas
observar e procurar as causas e examinar as conseqüências dos fatos observados,
ou seja, explicar o porquê dos fenômenos geográficos.
·
Analogia
- Segundo Karl Ritter e Paul Vidal de La Blache a Geografia deve comparar o fato,
retirando dessa observação as diferenças e semelhanças existentes.
·
Extensão
- Para Friedrich Ratzel, a Geografia deve delimitar o fato, estudando-o e
localizando-o na superfície terrestre.
·
Conexidade
ou Interação - Para Jean
Brunhes, os fatos geográficos não estão isolados.
·
Atividade
- Também de Brunhes, pois ele comprovou terem os fatos geográficos um
caráter dinâmico e mutável.
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